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19 May 2024

A festa do preço baixo da gasolina em Salvador chega ao fim

Gasolina a R$ 2,97 e R$ 2,99. O sonho de todo consumidor em tempos de crise e preços altos está com os dias, horas talvez, contados

Gasolina a R$ 2,97 e R$ 2,99. O sonho de todo consumidor em tempos de crise e preços altos está com os dias, horas talvez, contados. Com o reajuste de 6% para a gasolina e 4% para o óleo diesel, anunciado na última terça-feira e que entrou em vigor à zero horas de ontem, a tendência pé que promoções como as que vinham sendo praticados em dois postos de combustíveis na Djalma Dutra, bairro da Sete Portas, em Salvador, não mais se repitam.

Isso porque, o preço médio da gasolina adquirida pelos donos de postos de combustíveis nas distribuidoras na Bahia estava a R$ 2,922 antes do reajuste de 6% anunciado pelo governo, que elevara em R$ 0,17, fazendo com que o preço nas distribuidoras passe para R$ 3,097 o litro, acima do valor cobrado nas duas promoções.  “Não há como vender abaixo disso, mesmo com as promoções”, dispara o presidente do Sindicato dos Revendedores de Combustíveis na Bahia -Sindicombustíveis –  José Augusto Costa.

Até o final da manhã de ontem, sem o reajuste, o preço da gasolina nas distribuidoras que ficam no Terminal de Madre de Deus, da Petrobras, estavam cotados a R$ 2,922 o preço médio, com variações mínimas de até R$ 2,757 e máxima de R$ 3.034, conforme pesquisa realizada pela Agência Nacional de Petróleo (ANP) entre os dias 20 a 26 de setembro. Em Salvador, os preços da gasolina nos postos variavam de R$ 3,390 o mínimo a R$ 3,551 o máximo, afora as duas promoções nos dois postos de abastecimento da Rua Djalma Dutra, de R$ 2,99 e R$ 2,97, respectivamente.

Ante essa expectativa, quem dispunha de alguma reserva de dinheiro correu para os postos para abastecer o veículo ainda com o preço antigo, o que, no caso dos dois postos localizados na rua Djalma Dutra gerou filas constantes. “O aumento pode vir a qualquer momento, vai depender do estoque existente e se ainda será possível comprar a gasolina com preço antigo”, disse um funcionário do posto.

A corrida aos postos de combustíveis foi generalizada ontem em quase toda a cidade. Mesmo aqueles postos que não realizaram qualquer tipo de promoção nos preços, observaram um aumento na venda do produto. “Qualquer reajuste de preço pesa no orçamento. Por isso compensa gastar um pouco o tempo na fila e abastecer o carro com preço mais em conta”, argumentou o técnico em manutenção, Erisvaldo Nascimento, na fila de quase um quilômetro que se formou durante todo o dia em um dos dois postos em promoção na rua Djalma Dutra.

O presidente do Sindicombustíveis na Bahia, José Augusto Costa, explicou que as promoções de preços são pontuais e com o novo reajuste o consumo, que até o final de agosto já registrava um percentual acumulado no ano de 11, 2% de queda na Bahia, tenderá a diminuir ainda mais. Somente em agosto essa queda foi de 4% em agosto, na comparação com igual período do ano passado. Para o álcool, as vendas acumulam uma queda de 6,6% no ano.

José Augusto explicou que até o final da manhã os donos de postos de combustíveis ainda puderam comprar a gasolina ao preço antigo nas distribuidoras. No final da manhã, contudo, a situação mudou radicalmente e os preços já estavam sendo comercializados com o reajuste de 6% determinado pelo governo.

“Quem ainda amanhã (hoje) estiver vendendo gasolina pelo preço antigo é porque ainda tem estoque. Mas quando esse estoque acabar terá que reajustar, senão fica no prejuízo”, disse.

Segundo os dados da Agência Nacional de Petróleo, 12,034 bilhões de litros de combustíveis foram comercializados no mês passado, indicando uma desaceleração do consumo em todo o país.  Dentre os oito combustíveis acompanhados nas pesquisas da ANP, apenas as vendas de etanol hidratado subiram em agosto (48,1%). Todos os demais derivados de petróleo acumulam retração em 2015, com destaque para o diesel (-3,3%) e gasolina (5,9%). Desde 2009 que o Brasil não registrava queda na demanda de combustíveis.

Segundo reajuste de combustível do ano

Se para os donos de postos de abastecimento o reajuste no preço dos derivados de petróleo tem um impacto negativo no consumo, para o consumidor ele se torna um peso a mais no apertado orçamento. Em novembro de 2014, a Petrobras já havia aumentado o preço de venda nas refinarias da gasolina e do diesel, com altas de 3% e 5%, respectivamente. Em janeiro de 2015, a tributação incidente sobre a gasolina e o diesel também foi elevada, conforme o decreto presidencial 8.395, publicado no “Diário Oficial da União”.

O aumento foi repassado ao consumidor pelos postos de gasolina. De acordo com o Fisco, o impacto do aumento seria de R$ 0,22 por litro para a gasolina e de R$ 0,15 para o diesel. Porém, o aumento variou nos postos. Em agosto, a Petrobras anunciou também aumento do preço do gás de cozinha – o gás liquefeito de petróleo para uso residencial, envasado em botijões de até 13 kg A alta média anunciada foi de 15%.

Até ontem

Até ontem, ainda sem o reajuste de 6%, segundo o levantamento feito péla Agência Nacional de Petróleo (ANP) com base na pesquisa feira em 63 postos em Salvador, entre os dias 20 e 26 deste mês, a gasolina variava de R$ 3,339 a R$ 3,690, não incluindo aí as promoções feitas por alguns postos de combustíveis.

Como os preços são calculados

O preço da Gasolina C, aquela que é vendida nos postos de combustíveis, aditivada ou não, é um somatório de impostos e serviços, cabendo a maior parte, 32% da sua composição de preços, aos custos da refinaria. Na refinaria, cujo monopólio é da Petrobras, a gasolina é do tipo A, que não é comercializada.

A gasolina C, que chega aos postos de combustíveis, é resultante da adição de 27% de etanol anidro, determinada por Lei. A gasolina aditivada (Premmium, Phodium) é a mesma gasolina C, com maior octanagem e acrescida de aditivos.

Na Bahia, a alíquota do ICMS (Imposto de Circulação de Mercadorias e Serviços) chega a 30%, atrás apenas do Rio de Janeiro, cuja alíquota é de 31%. No somatório de impostos, a taxa da Cide (Contribuição de Intervenção do Domínio Econômico) responde, em média, por  R$ 0, 73 do preço final do litro da gasolina.

A taxa do PIS/Cofins equivale a R$ R$ 0,29 de cada litro do combustível, e o ICMS, com uma alíquota de 30%, equivale a R$ 1,041 do litro da gasolina, que, em junho deste ano, custava R$ 2,143 nas refinarias. Essa composição ainda pode variar no preço final em caso de quebra ou super safra do álcool oriundo da cana-de-açúcar. Isso porque para o litro da gasolina contem 27% de etanol anidro.

Postos    Bairros    Preços (R$)

Posto Sissi    Federação    3,390

Posto Rodrigues    Vasco da Gama    3,440

Posto Gaivota    E. Velho de Brotas    3,440

SRB    Costa Azul    3,470

Budião    Costa Azul    3,470

Garibaldi    Ondina    3,490

Mataripe    Ogunjá    3,490

Microposto    Rio Vermelho    3,490

Galés    Brotas    3,499

Vida Nova    Comércio    3.500

Mataripe    Pituba    3,540

Mataripe    Bonocô    3,540

Oitis    São Marcos    3,540

Cristo    Ondina    3,560

Independência    Nazaré    3,570

Kailândia    Rio Vermelho    3,570

Nota 10    Pituba    3,582

Auto posto Centenário    Chame Chame    3,599

Ecoposto    Graça    3,594

Hiperposto    C. das Árvores    3.590

Kailândia    2 de Julho    3.690

Por: Tribuna da Bahia