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6 May 2024
Foto: Reprodução

Após 120 dias, greve na UFBA deve chegar ao fim amanhã

Governo aceitou parcelar

A greve na UFBA deve chegar ao fim nesta terça-feira. De acordo com a diretoria da Apub-Sindicato dos professores da UFBA, a categoria se reúne em assembleia, às 14 h, na Faculdade de Arquitetura. ”A avaliação do comando de greve na Bahia é de que chegou o momento de pensar outra estratégia de luta”. A constatação de que “a conjuntura econômica nacional ainda demorará muito para ser resolvida”, segundo a presidente da Apub, Claudia Miranda, tem sido determinante para o fim do movimento. Os servidores técnico-administrativos da Universidade Federal da Bahia também aprovaram a saída unificada da greve para esta quarta-feira.

Cláudia Miranda ressalta que a “decisão pelo fim da greve ainda vai depender da assembleia dos professores”, mas antecipa que a “orientação da entidade é no sentido de que o movimento seja encerrado”.  A UFBA dispõe de cerca de 2,2 mil professores. O reitor, João Carlos Salles, assegurou que “caso a greve seja realmente encerrada deverá ser imediatamente discutido um novo calendário de aulas para a instituição”. Frente à possibilidade de o semestre vir a ser cancelado, Salles respondeu caber ao “Conselho Superior de Ensino, Pesquisa e Extensão da universidade decidir sobre as questões orçamentárias e de calendário”.

Servidores aceitar

De acordo com informações da Assufba/Sindicato da categoria, a decisão de encerrar a greve tomada em assembleia realizada na terça-feira (22), ainda depende de que o “governo assine o acordo e delibere sobre a situação dos servidores das demais universidades”. Nova assembleia foi marcada para amanhã, às 9h, na Faculdade de Arquitetura da UFBA, em Salvador. A proposta do governo federal para o reajuste salarial, de 10,5%, dividido em duas etapas, foi aceita pelos servidores, embora o percentual reivindicado fosse de 27,3%. O movimento foi iniciado no dia 28 de maio e completa hoje 120 dias.

Conforme Renato Jorge, coordenador-geral da Assufba, “nós não temos ainda a decisão que foi tomada nas demais universidades federais do país, mas nossa indicação é pela saída unificada e eu acredito que, devido à conjuntura atual, isso vá ocorrer. A saída da greve, contudo, depende do governo assinar o acordo que foi aceito pela categoria e da deliberação dos servidores das outras universidades.. De maio para cá, a situação econômica e política piorou muito. Mas se as outras universidades não saírem, não sairemos sozinhos”.

Governo aceita parcelar

O Ministério do Planejamento enviou ofício na última quinta-feira ao Proifes-Federação de Sindicatos Professores de Instituições Federais de Ensino Superior em resposta à contraproposta apresentada no dia 31 de agosto. O Ministério aceitou reduzir a vigência do acordo de quatro para dois anos, entretanto não alterou os índices de reajuste, que permanecem 5,5% em agosto de 2016 e 5% em janeiro de 2017. Na contraproposta, o Proifes apontava reajuste de 10% em 2016 e 6% no ano seguinte como valores mínimos para a negociação.

Em relação aos benefícios, também estão mantidos os valores da proposta original do governo, enviada em 28 de agosto: auxilio alimentação (R$ 458,00), saúde (valor percapita médio R$ 145,00) e pré-escolar (valor percapita médio R$ 321,00). A data de implantação desses reajustes permanece janeiro de 2016 e não imediatamente como pedia o Proifes. Os termos da reestruturação da carreira também não foram modificados.

Dentre os pontos do ajuste fiscal divulgado pelo governo, está o Abono de Permanência, iniciativa que atingirá todos os servidores públicos federais do país. Só na UFBA, a medida atinge 714 trabalhadores.  ”Tem setores que irão parar se isso for cumprido. Precisamos nos mobilizar quanto a isso, pois esses trabalhadores trazem consigo toda a experiência da universidade”, declarou Renato Jorge.

Por Albenísio Fonseca / Tribuna da Bahia