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26 April 2024

Após denúncia, Eduardo Cunha descarta renúncia da Câmara

O político foi denunciado pelo STF pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro

O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, denunciado na quinta-feira (20) pelo Ministério Público Federal (MPF) ao Supremo Tribunal Federal (STF) pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro, disse hoje (21), em São Paulo, que não vai renunciar do comando da Casa.

Recebido com gritos de “Cunha guerreiro do povo brasileiro” por sindicalistas, Cunha disse que a renúncia não faz parte do vocabulário dele “e não fará”. “Ninguém pode ser previamente condenado. Estou absolutamente sereno. Nada alterará o meu comportamento. Não adianta nenhuma especulação sobre o que vou fazer ou deixar de fazer. Não vou abrir mão de nenhum direito. Não há a menor possibilidade de eu não continuar no comando da Câmara”, disse o peemedebista.

“Eu tenho um mandato pelo qual eu fui eleito e vou continuar exercendo até o último dia. A Câmara tem as suas decisões pela sua maioria. O presidente não é dono da Câmara e sequer consegue ser dono da pauta”, disse após participar de encontro com sindicalistas.

Na denúncia encaminhada ao STF, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, diz que Eduardo Cunha recebeu propina por meio empresas sediadas no exterior e empresas de fachada. Na denúncia, Janot também pede que o presidente da Câmara pague U$S 80 milhões pelos danos causados à Petrobras. Foi a primeira denúncia contra um parlamentar investigado na Operação Lava Jato. Em delação premiada, o lobista Júlio Camargo disse que o parlamentar recebeu propina de US$ 5 milhões para viabilizar a contratação de dois navios-sonda pela Petrobras ao estaleiro Samsung em 2006 e 2007.

O negócio foi formalizado sem licitação e ocorreu por intermediação do empresário Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano, que está preso há nove meses em Curitiba, e o ex-diretor da Área Internacional da Petrobras Nestor Cerveró.

Ontem, Cunha, por sua vez, contestou a denúncia “com veemência” e chamou de “ilações” os argumentos apresentados por Janot. Em nota, divulgada após a denúncia, Eduardo Cunha se disse inocente e aliviado. “Fui escolhido para ser investigado e, agora, ao que parece, estou também sendo escolhido para ser denunciado”. O peemedebista criticou o PT e o governo, a quem atribui o fato de ser alvo da denúncia.

Ele voltou a defender o fim da aliança entre PT e PMDB. “O assunto tem que ser discutido do foro apropriado e o partido já convocou um congresso para discutir esse assunto. Eu vou pregar o fim dessa aliança”.

Por: Correio/ Inf. agências