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18 May 2024

Atuação de monitores de trânsito é considerada positiva

A atuação de monitores de trânsito no entorno de escolas da capital baiana foi considerada positiva por 81,1% dos pais e mães de alunos de 15 colégios particulares ouvidos em uma pesquisa realizada pela Superintendência de Trânsito de Salvador (Transalvador).

Das 450 pessoas que fizeram parte do levantamento realizado em maio e abril passados, 365 consideram “bom” o trabalho dos monitores próximo às escolas. Para 15,5% (70) dos entrevistados, eles precisam, ainda, de maior qualificação. Somente 15 (3,33%) indivíduos acharam que a  presença deles é desnecessária.

No entanto, a maioria (62,6%) considerou a organização no entorno das escolas ruim ou regular. Após a atuação dos monitores de trânsito, 50,2% (226) acharam que houve “uma grande melhora”. Outros 34,2% (154), que a melhora foi pequena.

Na segunda,-feira, 4, dia de retorno das aulas na maioria das escolas da cidade, a corretora Priscila Macêdo, 37, foi  pegar a filha. “Acho que melhorou. Era mais desorganizado. Na hora de estacionar, era mais bagunçado. Havia horas em que travava”, ressaltou.

Funcionário público, Hélio Veloso, 40, elogiou a ação dos monitores, mas reclamou de poucas vagas para estacionar: “Tem sido excelente. O único problema é que limitaram demais os locais para estacionar. Meu filho tem 4 anos. A gente tem que descer do carro para pegar e deixar na sala”.

A diretora do Colégio Anchieta, Virgínia Lucas, disse que aprovou o trabalho dos monitores de trânsito, mas houve queixa de pais de alunos relacionada a multas, quando as ações foram conjuntas com a Transalvador. “Os pais  ainda se queixam da falta de mais lugares para estacionar. Por isso, os professores também param longe e vêm andando até a escola. O problema é o risco de assalto”, destacou.

Percepção interna

Conforme com o superintendente da Transalvador, Fabrizzio Muller, já existia uma percepção positiva da atuação dos monitores pelos técnicos do órgão. No entanto, havia necessidade de sondar o público beneficiado. “Queríamos saber a opinião dos pais. Eu, como pai, vejo que melhorou”, disse.

A ação de monitores, que não têm poder de fiscalização, passou a ser usada em escolas em 2014, com base no decreto 24.673/2013 e na portaria 175/2014. Eles são treinados pela Transalvador, que, até hoje, já capacitou 120. No entanto, o órgão ainda mensura quantos atuam na cidade atualmente.

Ao serem identificadas como polos geradores de grande fluxo de veículos, as escolas são notificadas pela Transalvador para contratar monitores, com o objetivo de reduzir o impacto provocado no trânsito pela saída e chegada de alunos. “Os monitores orientam e disciplinam, não têm poder de autuação. A presença deles disciplina”, afirmou Muller.

De acordo com o superintendente, as ações mais comuns que contribuem para o impacto no trânsito são: parar em fila dupla e estacionar em local irregular. No início, segundo ele, houve resistência por parte dos pais. Há, também, casos de escolas que não foram notificadas, mas que, pressionadas por pais de alunos, procuraram espontaneamente o órgão para adotar a estratégia.

O monitor Nilo Sarlo, 40, trabalha em frente à escola Nossa Infância, na Pituba, uma região com três escolas muito próximas. Segundo ele, o foco é evitar filas duplas e controlar a faixa de pedestres, sobretudo por causa das crianças. “Tenho dois meses aqui e melhorou muito”.

Para ajudar na organização, monitores usam cones na pista. Sarlo disse que poucos pais reclamam da orientação. “É minoria. São os que deixam o carro, falam que é só por cinco minutos e levam mais de 20”, contou.

“Quando eu cheguei, tinha um pouco de bagunça. Agora, está muito melhor. Só algumas pessoas que não gostam de ser direcionadas, mas depois acostumam”, afirmou o também monitor Gabriel dos Santos, 36, que atua em frente ao Colégio Anchieta, na Pituba.