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27 July 2024

Batedores de carteira agem dentro de shoppings de Salvador

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Assim como nas ruas, criminosos organizados têm aproveitado segundos de distração para furtar clientes dentro dos shoppings da capital baiana. Muitos deles sequer despertam suspeitas, como gestantes, idosos e pessoas com crianças chegam a formar quadrilhas para tirar vantagem do descuido dos consumidores.

Uma dessas vítimas foi a cunhada da advogada especializada na área de  direito do consumidor Vanessa Homem, que foi alvo de um furto na loja Luigi Bertolli do Salvador Shopping no último dia 5.

O crime

A vítima pediu que sua tia, uma senhora de 60 anos, segurasse a bolsa dela para que pudesse experimentar um casaco. Foi quando uma criminosa se aproximou da senhora e furtou um iPhone 5S avaliado em cerca de R$ 2.500.

Só no momento de pagar a conta, prossegue a advogada, a vítima sentiu falta do aparelho. A advogada relata que a cunhada se deparou com mais três casos semelhantes no mesmo dia enquanto registrava a ocorrência no centro de atendimento ao cliente (CAC) do shopping center.

“O que mais nos deixou impressionados é que o chefe da segurança do shopping disse que já sabia quem eram as criminosas: duas mulheres”, indignou-se a advogada, que indagou: “Como é que a administração não faz nada para impedir a entrada dessas pessoas?”.

Itaigara

Se no Salvador Shopping as criminosas apontadas pela segurança eram duas, no Shopping Itaigara quatro mulheres se passaram por clientes de uma loja para furtar a carteira da aposentada Isaura Ferreira de Sousa, de 87 anos

No interior da loja, uma mulher se aproxima  e coloca na bolsa da vítima um objeto que impediu o fechamento do zíper. Logo em seguida, a criminosa pega a carteira da idosa, subtrai R$ 85 e põe a carteira de volta na bolsa.

Instantes depois, três outras comparsas da criminosa entram na loja e fingem olhar as bijuterias. Uma delas fica na fila do caixa, atrás da mulher furtada. “Quando minha mãe foi pagar a conta, deu falta do dinheiro”, conta a advogada Célia Sousa, de 58 anos, ao relatar o fato ocorrido com sua genitora no mês de  março passado.

Como a loja aceitava cartão, prossegue ela, a idosa então pagou as compras no crédito, momento no qual uma das ladras observava a senha. Na saída da loja, a vítima foi cercada e teve a carteira furtada pelas supostas clientes mais uma vez. Toda a ação foi registrada pelas câmeras de segurança instaladas da loja.

“Em seguida,  as ladras sacaram R$ 1 mil e foram ao Center Lapa, onde compraram mais de R$ 13 mil, parcelados, em produtos eletrônicos”, relata Sousa. “Nenhuma das lojas pediu a comprovação da  identidade do portador do cartão”, espantou-se a advogada.

Perfis

Ambos os casos foram registrados na 16ª Delegacia Territorial (Pituba), chefiada pelo delegado Nilton Tormes, que alerta os consumidores para atentarem à falsa sensação de segurança no interior dos shoppings.

De acordo com o delegado, as maiores vítimas desses criminosos são as mulheres e os idosos, cujos aparelhos celulares e as carteiras são os principais alvos dos ladrões. Já o perfil dos bandidos, prossegue ele, pode incluir até  idosos, gestantes e pessoas acompanhadas por crianças.

“São criminosos acima de qualquer suspeita para as vítimas em potencial, que nem desconfiam”, alertou o delegado, concluindo: “Existem quadrilhas organizadas que se passam por clientes, apenas aguardando uma oportunidade”.