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27 April 2024
Presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha/ Foto reprodução-Ailton de Freitas / Agência O Globo

Cunha classifica como ‘peça teatral’ pedido de Janot contra ele

O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), voltou a atacar o procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Dessa vez, o peemedebista disse que o pedido de afastamento de Cunha do cargo de deputado encaminhado por Janot ao Supremo Tribunal Federal (STF) é uma “peça teatral”. Janot foi alvo de Cunha desde que apareceram as denúncias contra ele.

– Eu tenho conhecimento integral das 190 páginas da peça (do pedido de Janot) para dizer que é uma peça teatral. Ali não tem fatos, só atos teatrais – afirmou Cunha, em café da manhã com jornalistas na manhã desta terça.

O presidente da Câmara também comentou a iniciativa do governo em pagar a conta das chamadas pedaladas fiscais. Para ele, o crime de responsabilidade da presidente Dilma Rousseff continuará existindo. Segundo ele, as pedaladas são referentes ao primeiro mandato e o despacho dele a favor do impeachment se baseou em decretos que a presidente Dilma Rousseff assinou em 2015.

– A quitação das pedaladas é uma dívida que o governo assumiu de 2011 a 2014. Nós não colocamos nada no despacho em relação a 2014. O que colocamos é o descumprimento, em 2015, de edição de decretos em desacordo com a lei orçamentária. O ato equivocado foi em 2015. Não existe na lei de responsabilidade que um tributo não pago gere a extinção da punibilidade – disse Cunha.

O presidente da Câmara não quis fazer previsão se a presidente Dilma conseguirá evitar a aprovação da abertura do impeachment na Casa, mas disse que não vê motivos para comemorar a modificação do rito do processo no Supremo. Cunha afirmou que mesmo que obtenha os 172 votos para impedir que o processo seja aberto, isso não garantirá a governabilidade no país.

– Não vejo que o governo deva comemorar, nem chorar. Tanto está incomodado que tenta pagar as pedaladas porque sabe que errou. Mas o governo não tem maioria na Casa.

Por: Isabel Braga- O Globo