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24 April 2024
Foto: Divulgação/Colégio Anchieta

Educação financeira deve ser ensinada na escola

Em época de crise, saber administrar a vida financeira é uma necessidade. A sala de aula é considerada um espaço importante para preparar crianças e adolescentes a resolver problemas e questões financeiras exigidas no cotidiano.

Apesar desta importância, ainda é incomum encontrar escolas que abordem o assunto ou que possuam a disciplina Educação Financeira na grade curricular de ensino. Em algumas instituições, no entanto, o tema é trabalhado de forma interdisciplinar ou por meio de atividades extras.

Responsabilidade

No colégio Anchieta, por exemplo, a educação financeira é um eixo temático do currículo escolar. O assunto é inserido nas atividades das disciplinas tradicionais, por meio dos projetos. Conhecendo o meu país, voltado para os estudantes do ensino fundamental; e ambiente, Ética e Cidadania, desenvolvido por alunos do ensino médio.

No primeiro caso, um tema central é escolhido e os alunos elaboram livros, realizam apresentações de danças, além de produzirem filmes. Já no projeto Ambiente, Ética e Cidadania, eles produzem seminários, apresentações artísticas, festivais de redação e teatro.

De acordo com o diretor do Anchieta, João Batista, 70, os próprios estudantes gerenciam os gastos necessários para a realização dos projetos. “Eles compram o material para fazer os filmes, produzem as roupas das apresentações e analisam maneiras de economizar nos gastos. Toda a administração financeira parte deles, com supervisão dos professores”, afirma.

Para o diretor, o mais importante não é ensinar o aluno a administrar a vida financeira, mas em como lidar com o dinheiro de forma ética, tanto no que se refere aos gastos quanto aos ganhos.  “Não se trata apenas de aprender a gastar dinheiro, mas saber o que fazer com ele de maneira responsável”, pontuou.

O tema também é trabalhado em atividades que fazem parte do Programa de Responsabilidade Social da instituição, que abrange ações envolvendo doações e parcerias com instituições sociais, a exemplo do Hospital Aristides Maltez.

Mealheiros

Segundo Batista, alunos do 6º ano depositam dinheiro em mealheiros que ficam disponíveis em todas as salas da série. “Com o dinheiro arrecadado, eles compram brinquedos para distribuir em orfanatos e entre crianças carentes. Essa é mais uma forma de trabalhar a economia e a nossa responsabilidade social”, diz.

Já no colégio Montessoriano, a educação financeira é abordada no conteúdo da disciplina de matemática, na qual os alunos aprendem juros, porcentagem, frações e construções gráficas.

“É importante discutir este tema em sala de aula, pois é necessário formar jovens que saibam lidar com o dinheiro e possam ser multiplicadores de uma consciência financeira mais responsável, já que a maior parte da população gasta mais do que ganha” diz Francyane Cazumbá, 30, professora de matemática da instituição.

Por Alex de Paula/A Tarde