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6 May 2024
Em assembleia, professores da UFBA decidem manter greve, que já ultrapassou quatro meses (Foto: Reprodução)

Em assembleia, professores da Ufba decidem manter greve, que já é mais longa da universidade

Durante a assembleia, 193 votaram pela continuidade, 94 pela saída imediata da greve e outros cinco se abstiveram

Os professores da Universidade Federal da Bahia decidiram pela continuidade da greve durante assembleia realizada na tarde desta terça-feira (29), na Faculdade de Arquitetura, Federação. Dos 338 professores presentes na ocasião, 193 votaram pela continuidade do movimento, iniciado no dia 28 de maio. A greve, que ultrapassa 120 dias, é a maior já registrada pela universidade.

Durante a assembleia, 94 professores votaram pela volta imediata das atividades acadêmicas e outros cinco se abstiveram.  Uma nova assembleia está marcada para o dia 6 de outubro.

“A avaliação é de que a greve se esgotou e deveria acabar hoje. Mas acaolhemos a decisão de que a saída será decidida na próxima semana”, declarou a presidente do Sindicato dos Professores das Instituições Federais de Ensino Superior da Bahia (Apub), Cláudia Miranda.

Antes da votação, 20 professores expuseram suas análises sobre os rumos da greve. De acordo com o professor de História e integrante do comando local grevista, Carlos Zacarias, o governo se negou a negociar demandas do movimento, a exemplo do plano de carreira dos professores.

 “A universidade está vivendo uma crise. A greve quer defender a universidade. Não é só por salário que estamos aqui, mas pela reversão dos cortes de R$ 3 bilhões”, disse Zacarias.

Alguns alunos contrários ao movimento grevista estiveram presentes na assembleia. Eles usaram nariz de palhaço e seguraram cartazes pedindo a volta das aulas. Os estudantes foram hostilizados pelos professores, que cogitaram pedir a saída deles da reunião.

“Esses estudantes não devem estar conseguindo compreender a greve por problemas de aprendizado ou problemas mentais”, disse o professor da Faculdade de Educação, Pedro Abib, que é favorável à continuação da paralisação.

Após o resultado pela permanência, os professores iniciaram outra votação. Neste segundo momento, 163 professores foram a favor de um indicativo de saída, 113 contra e 8 se abstiveram. Portanto, embora tenham votado pela continuidade da greve, a maioria dos professores sugeriu que a paralisação termine em breve.

Os docentes decidiram, ainda, por uma saída unificada da greve, em conjunto com o resto do movimento nacional, apesar de terem recusado assinar o acordo de aumento salarial de 10,8% proposto pelo governo. O reajuste seria repassado em dois momentos: agosto de 2016  e janeiro de 2017.

Servidores

Também na manhã desta terça-feira (29), os servidores técnico-administrativos da Universidade Federal da Bahia (UFBA) votaram pela continuidade da greve até a assinatura do acordo firmado com o governo.

O fim da greve dos servidores da UFBA está condicionado também a uma saída unificada da categoria em todo o Brasil. “O movimento começou unificado e só retornaremos às atividades a partir de uma orientação unificada do comando de greve nacional”, informou o coordenador de Formação Sindical da Assufba, Antônio Bomfim.

Os servidores da UFBA aceitaram uma proposta oferecida pelo governo de reajuste salarial de 10,5%, dividido em duas partes. Assim, em agosto de 2016 deve ocorrer um reajuste de 5,5% e em setembro de 2017 mais 5% de aumento salarial.

Durante a assembleia ficou definida também uma passeata da Faculdade de Arquitetura até a Reitoria da UFBA, na segunda-feira (5), após a realização de uma nova assembleia.

Por: Correio/ inf. Luana Amaral