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11 May 2025

Em protesto, amigos de produtor contestam versão de queda: ‘Estão tentando abafar’

Mais de cem pessoas já estão no local, com cartazes (“A sua piada mata”), bandeiras do movimento LGBT, velas acesas e cruzes

Um protesto por conta da morte do produtor de eventos Leonardo Moura, 30 anos, acontece na noite desta sexta-feira (15) no bairro do Rio Vermelho, onde o rapaz foi achado ferido no último sábado e acabou morrendo no Hospital Geral do Estado (HGE) na segunda-feira (11). Enquanto familiares e amigos acreditam que Leonardo foi alvo de uma agressão homofóbica, a Polícia Civil investiga se ele caiu de uma balaustrada na orla – uma altura de 4,7 metros – e morreu em decorrência dos ferimentos.

A manifestação, batizada de “Chega de LGBTFobia”, teve concentração a partir das 18h em frente à San Sebastian, boate onde Leonardo estava antes de sofrer a agressão ou queda. A versão da polícia, de que moradores viram a queda de Leonardo, é contestada por amigos. “Para gente é impensável essa versão de queda. A polícia está tentando abafar e tirar o foco de que é um crime de ódio, um caso de homofobia. A família não vai deixar passar e a polícia está cometendo homofobia institucional”, diz a professora Carla Freitas, 34 anos, presente no protesto.

 

Cerca de 300 pessoas estão no local, com cartazes (“A sua piada mata”), bandeiras do movimento LGBT, velas acesas e cruzes. Um som de percussão toma conta das ruas. O grupo segue na rua no sentido Pituba, interrompendo parcialmente o trânsito.

Sócio da San Sebastian e presidente da Associação de Comerciante do Rio Vermelho, José Augusto Vasconcelos disse que em uma reunião com a cúpula da Polícia Militar ficou decidido reforçar a segurança na região, um dos pontos de maior boêmia da cidade. “Uma base móvel da PM deve ficar o dia todo ao lado da quadra de esportes, na orla, e o contingente de policiais na região deve aumentar”, disse  Vasconcelos.

Presente no protesto, o escritor Freitas Junior, 47 anos, disse que todos devem se preocupar com a violência contra os gays. “A homofobia é tão nociva que tem atingido até heterossexuais. Existe caso de pai e filho que saem juntos e são agredidos porque acham que eles são gays. Todos nós temos que nos indignar porque a violência atinge todos, ninguém pode ficar feliz quando o outro é hostilizado”, acredita.