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12 October 2024

Escolas baianas com notas mais altas no Enem dão dicas para prova

Duas escolas de Feira de Santana e três de Salvador estão como as cinco com médias mais altas na prova.

No ranking de desempenho no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), algumas instituições já têm lugares garantidos entre as melhores. Nos últimos resultados divulgados pelo Ministério da Educação,   duas escolas de Feira de Santana e três de Salvador aparecem como as cinco com médias mais altas na prova. Em comum entre elas, o foco em ir além do conteúdo e trabalhar as habilidades e competências exigidas pelo exame.

Para Rebeca, o mais importante é treinar a redação (Foto: Evandro Veiga)

O Helyos, em Feira, já tem a tradição de ocupar o primeiro lugar entre os melhores da Bahia e, no último resultado divulgado, em novembro do ano passado, ficou na sétima posição no país. A coordenadora pedagógica do colégio, Patrícia Moldes, diz que o Enem é o reflexo do que já vem sendo trabalhado ao longo dos anos com os estudantes. Hoje, com a maior adesão das universidades ao exame como forma de seleção, o preparo dos alunos mudou bastante.

“Começamos a focar na preparação física (dos alunos). A prova do Enem não é difícil, existem vestibulares muito mais complicados, mas a prova demanda que o aluno tenha habilidade com o tempo e interpretação das questões para que não precise voltar para ler novamente”, afirma.

Por conta disso, a estudante Flávia Almeida, que vai tentar uma vaga para Direito na Ufba, estuda com o despertador do lado. “Nas questões de matemática, separo três minutos para cada uma e coloco o despertador para que eu consiga responder”, detalha. Ela diz ainda que é preciso estar atento ao que acontece no mundo. “Hoje é tudo muito voltado para o que está acontecendo, então, eu leio jornais e revistas para me atualizar”, indica.

Redação

No Anchieta, na Pituba, que aparece em segundo lugar entre as escolas baianas, são três simulados durante o ano voltados exclusivamente para o Enem. De acordo com o diretor da unidade, João Batista, os estudantes têm aulas multidisciplinares e aprendem a lidar com outras questões, para conseguir ter um bom resultado. “O Enem trabalha com habilidades e competências. As perguntas não são diretas e, mesmo quando são diretas, requerem raciocínio,  interpretação, capacidade de análise. Por isso requer um preparo diferente”, justifica.

Para a estudante Rebeca Sadigursky, que vai tentar uma vaga em Engenharia Mecânica na Ufba e na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), o mais importante é treinar a redação. “Faço uma redação por semana sobre temas atuais. Só treinando que se conhece a prática”, diz Rebeca, que espera, com os exercícios, também estar psicologicamente preparada para dissertar sobre qualquer assunto.

Já no Anglo Brasileiro, em Patamares, a preparação para o Enem começa lá atrás, ainda no ensino fundamental. “Desde cedo, as matrizes de competência começam a ser inseridas na rotina dos estudantes, para que eles possam se acostumar e, no ensino médio, focamos em aulas interdisciplinares”, detalha.

Estudantes fazem simulados durante o ano e, depois, ficam cientes dos resultados exatamente como é trabalhado no Enem. “Os alunos também recebem relatórios individuais para que saibam em quais assuntos eles foram bons e quais as habilidades que precisam desenvolver mais”, explica Débora. Segundo ela, os relatórios também ajudam os professores a fazer um planejamento mais específico para cada aluno.

Estudando na unidade desde a 1ª série do ensino fundamental, Guilherme Menezes entende hoje a importância do tratamento diferenciado. “O colégio já conhece as dificuldades de cada aluno e faz propostas de como sistematizar os estudos em casa e prestar atenção no colégio”, pontua.

Planejamento

A coordenadora do Serviço de Orientação Educacional do Colégio São Paulo, no Itaigara, Rita Cavalcanti, explica que o aluno deve ficar atento também ao planejamento de estudos, que influencia diretamente no desempenho. “A organização é fundamental. Estabelecer horários de estudos e cumprir aquela rotina”, aponta Rita. Ainda segundo ela, “é preciso criar um ambiente” para exercitar as questões. “Em um dia, fazer a prova em quatro horas e meia, e, no outro, em cinco horas, como acontece nas provas”, complementa.

Para auxiliar na organização dos estudos, a escola chama o aluno para colocar tudo em uma tabela, para que dê tempo de fazer todas as tarefas. O acompanhamento começa assim que ele ingressa no ensino médio. “Existe a necessidade de criar o hábito de estudar todos os dias. A gente fala muito sobre a rotina, porque quando chega no terceiro ano, ele faz tudo com mais tranquilidade”, ressalta.

Ranking

Colégio Helyos de Feira de Santana, a unidade conseguiu a média de 695,54 nas provas objetivas, ocupando o primeiro lugar na Bahia e o sétimo lugar no ranking nacional

Colégio Anchieta localizado na Pituba, o colégio alcançou a média de 666,69 nas provas objetivas

Anglo-Brasileiro com sede em Patamares, a unidade ficou com a média de 657,31

São Paulo localizado no Itaigara, a escola alcançou a média de 652,08

Acesso de Feira de Santana, a escola alcançou a média de 646,97 nas provas de 2012.

Fátima inclui leitura de notícias na rotina de estudos (Fotos: Marina Silva)

Esse esquema de estudos é uma das estratégias usadas pela estudante Fátima Pereira Novo, do São Paulo. “Eu dou uma descansada quando chego em casa, leio revistas, fico no celular e depois faço esquemas por importância de matéria, das que eu tenho mais dificuldade”, conta.

E quando as dificuldades vêm, Fátima recorre não apenas aos apontamentos de classe. “Na área de humanas, eu tenho mais dificuldade, então, dou um tempo a mais para essas matérias. Depois, faço exercícios para ver a parte que não estou mais forte e procuro em outras fontes”, explica.

No Colégio Acesso, em Feira, os estudantes têm a oportunidade de fazer seis simulados por ano, quatro deles voltados para o Enem. A diretora da unidade, Eujaciane Santos Fonseca, explica que os alunos também têm orientações específicas para o exame e podem complementar os estudos por meio de listas que são distribuídas. “Além do que é trabalhado em sala de aula, os professores passam listas extras para os alunos que querem aprofundar o estudo”, ilustra.