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19 April 2024
Foto: Reprodução

Hospital Irmã Dulce conta com grupo de análise de casos de microcefalia na Bahia

O atual surto de microcefalia no Nordeste fez com que o Hospital Irmã Dulce, em Salvador, criasse um grupo de estudo sobre a doença na Bahia. “Antes do Ministério [da Saúde] fazer o alerta, o pessoal de Pernambuco fez contato informando o aumento do número de casos. Como a gente é o ambulatório de neuropediatria de referência, já que temos uma residência médica na área, eu disponibilizei um turno – toda quarta-feira à tarde – para acompanharmos o problema”, explicou a supervisora da residência médica em neuropediatria da unidade, Janeusa Primo. As crianças são encaminhadas para o hospital por pediatras da capital ou do interior baiano. Responsável pela coordenação do grupo, a profissional afirmou ao Bahia Notícias que a pesquisa é feita em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) para realização da sorologia nos bebês e nas mães. Além da análise de uma possível infecção pelo zika vírus ou outros agentes, as crianças também passam por tomografia, avaliação com oftalmologista e, se necessário, por um método de amplificação do DNA chamado PCR. “A gente está vendo a possibilidade de investigar se é zika vírus ou não. A busca agora é fazer a sorologia dessas crianças com microcefalia que estão apresentando outras alterações virais, para ver qual a influência do zika vírus com o aumento do número de microcefalia no Nordeste”. Apesar do recente boletim do Ministério da Saúde, que mostra aumento no número de casos, a Bahia ainda apresenta uma incidência considerada normal, segundo a Secretaria da Saúde do Estado (Sesab). No total, já foram notificados 399 casos da doença em sete estados do Nordeste: 268 em Pernambuco, 44 em Sergipe, 39 no Rio Grande do Norte, 21 na Paraíba, 10 no Piauí, nove no Ceará e oito na Bahia. Ainda assim, a neropediatra informou que profissionais já têm se preocupado com um possível aumento da microcefalia entre as crianças baianas. “Não posso quantificar, porque temos que trabalhar com notificações. Como não estava havendo notificação, a gente começou a cobrar isso”, disse. “Já chama atenção dos médicos o número de relatos não só de crianças que já nasceram, mas também de gestantes que estão com uma gravidez avançada, que já mostra alteração no bebê”.

Por Renata Farias/Bahia Notícias