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27 July 2024

Israel intensifica ação para ofensiva terrestre na Faixa de Gaza

Crianças palestinas

Israel prosseguia com os bombardeios neste sábado 12 à Faixa de Gaza e intensificava os preparativos para um possível ataque terrestre, no quinto dia de uma ofensiva aérea que matou mais de 120 palestinos. Correspondentes da AFP observaram dezenas de tanques israelenses em deslocamento na sexta-feira e neste sábado para a fronteira com Gaza.

No território palestino de 360 quilômetros quadrados as ruas estavam desertas, com exceção dos cortejos fúnebres sob um calor sufocante. Pelo menos 22 palestinos morreram neste sábado nos bombardeios israelenses. Até o momento, a operação "Protective Edge" ("Barreira Protetora") deixou 127 mortos e 900 feridos, a maioria civis.

O exército israelense anunciou que afetou significativamente as capacidades do Hamas, o movimento islamita palestino que controla a Faixa de Gaza, um território com 1,2 milhão de habitantes e com índice de pobreza de 39% da população, segundo o FMI.

A aviação atingiu 158 objetivos vinculados ao Hamas em 24 horas na Faixa de Gaza, incluindo 68 lança-foguetes, 21 bases paramilitares e esconderijos de armas, um deles dissimulado dentro de uma mesquita, segundo um comunicado militar.

O Hamas lançou desde a meia-noite nove foguetes contra Israel e dois foram interceptados pelo sistema de defesa antiaéreo 'Iron Dome'. Desde o início das hostilidades, 530 foguetes atingiram Israel e 138 foram destruídos em pleno voo, o que deixou mais de 10 feridos, mas não provocou vítimas fatais. O novo conflito é o mais violento desde a operação "Pilar de Defesa" de novembro de 2012. Os ataques dos dois lados na ocasião provocaram as mortes de 177 palestinos e de seis israelenses.

O novo episódio de violência começou após o sequestro e assassinato de três estudantes israelenses no início de junho na Cisjordânia ocupada, crimes que Israel atribuiu ao Hamas. Pouco depois, um jovem palestino foi assassinado em Jerusalém por judeus de extrema-direita.

Em um esforço diplomático para tentar acabar com a violência, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, ligou para o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu para oferecer a mediação.

Mas em uma entrevista coletiva em Tel Aviv na sexta-feira, Netanyahu disse que Israel resistirá a qualquer interferência internacional. "Nenhuma pressão internacional nos impedirá de atacar, com toda nossa força, as organizações terroristas que proclamam nossa destruição", declarou Netanyahu.