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28 March 2024
Foto reprodução

Kim Kardashian e Rihanna pedem libertação de jovem presa por matar abusador, nos EUA

Artistas se mobilizaram na busca por justiça para uma jovem condenada a por matar o homem que a mantinha refém como escrava sexual. Na adolescência, Cyntoia Brown foi traficada e vendida a Johnny Allen, de 43 anos, depois de ser abusada e drogada por um aliciador. A sequência de violências fez a americana pegar uma das armas de coleção de Allen e atirar contra ele para fugir. O julgamento de 2004 não considerou o histórico e resultou na condenação por roubo e prostituição — mas voltou ao debate público com força nesta semana com apelos de internautas e famosos pela libertação de Cyntoia.

Kim Kardashian, Rihanna, Cara Delevigne e Lauren Jauregui foram algumas das celebridades que se engajaram e pediram a liberdade da americana, hoje com 29 anos, presa há 13. Apesar da idade, ela foi julgada como adulta, como registram a “Fox 17” e o “Daily Mail”. O sistema judicial prevê que Cyntoia terá direito a pedir liberdade condicional após ao menos 51 anos de reclusão.

Durante o julgamento, a jovem contou que foi agredida, sufocada, arrastada e teve armas apontadas para a cabeça no cativeiro. Os promotores avaliaram, porém, que a causa do assassinato foi roubo porque a acusada fugiu com uma carteira e uma arma da cena.

A hashtag #FreeCyntoiaBrown (Libertem Cyntoia Brown) viralizou a partir de segunda-feira e despertou uma série de críticas sobre o sistema de justiça americano. Kim Kardashian destacou que acionou os próprios advogados para consultar saídas legais para a libertação da americana.

“O sistema fracassou. É de quebrar o coração ver uma jovem ser traficada e, quando toma coragem de lutar, é presa para a vida! Nós precisamos fazer melhor, fazer o certo. Liguei para os meus advogados para ver o que pode ser feito para consertar isso”, escreveu a megaempresária e influenciadora digital nas redes sociais.

A estrela pop Rihanna fez coro e ressaltou que havia “algo terrivelmente errado com o sistema”.

“Nós mudamos a definição de justiça pelo caminho?? Algo está terrivelmente errado quando o sistema deixa passarem esses estupradores e vítima é presa para a vida! A todos vocês responsáveis pela sentença dessa jovem, eu peço a Deus que não tenham filhos, porque esta poderia ser a sua filha punida por já ter sido punida”, destacou a cantora.

O caso de Cyntoia mudou a lei penal do Tennessee. Sete anos depois de sua condenação, o Estado decidiu banir a condenação de menores de 18 anos por prostituição. A americana virou tema de documentário no mesmo ano. A narrativa mostra que a mãe e a avó dela também foram estupradas.

A modelo Cara Delevigne frisou que o sistema judicial americano tinha valores invertidos e considerou o caso de Cyntoia “completamente insano”. Uma das artistas do Fifth Harmony, Lauren Jauregui questionou se o abusador de 43 anos teria sido condenado à prisão perpétua. “Ele não teria sido. Nós precisamos parar de punir e culpar as vítimas”, explicitou a cantora.

Um petição online que chama a atenção para a situação legal da americana e roga por “misericórdia” reuniu mais de 100 mil assinaturas. Ainda não está claro que efeito prático a mobilização por justiça pode ter na condenação de Cyntoia. Analistas defendem que ela tem direito de pedir revisão da pena após cerca de 15 anos cumpridos.