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18 May 2024

LICITAÇÕES FRAUDULENTAS PF encontra dinheiro em caixas de sapato durante operação em Prefeitura

Mandados de busca e apreensão estão sendo cumpridos na Região do Cariri e em Fortaleza com o objetivo de desmontar esquema de licitações fraudulentas feitas pela Prefeitura do município de Granjeiro, distante 432,6 km da Capital. Pelo menos R$ 13 milhões teriam sido desviados dos cofres públicos. Ao todo, 15 mandados serão cumpridos.
A operação, denominada Bricolagem I, foi deflagrada pela Polícia Federal (PF) na manhã desta quarta-feira, 21 em uma força-tarefa conjunta com o Ministério da Transparência e a Controladoria-Geral da União (CGU). Até o momento ninguém foi preso. Parte do dinheiro, no entanto, foi encontrado em caixas de sapato.
Parte do dinheiro foi encontrada em caixas de sapato (Foto: Divulgação/PF)
A residência do prefeito de Granjeiro, João Gregório, o João do Povo, foi um dos locais alvos da operação, bem como o seu gabinete na prefeitura e os setores de licitações, de pagamento e de compras do Município. Também estão sendo cumpridos mandados em Caririaçu, Aurora, Juazeiro do Norte, todos no Cariri, além de Fortaleza.
Em Caririaçu a investigação é direcionada a um dos empresários envolvidos na fraude de licitações para construção e reforma de escolas. As informações foram repassadas por Carlos Arthur, assessor da PF, em entrevista ao jornalista Farias Júnior para a rádio O POVO/CBN Cariri, nesta manhã. Em Juazeiro do Norte, policiais federais fizeram buscas em um edifício comercial.
Os envolvidos responderão pelos crimes de desvio de verbas federais e fraude em licitações. Segundo a PF, foram apreendidos “documentos e mídias, um veículo, além de dinheiro, que aida esstá sendo contabilizado”. Cerca de 60 policiais federais e oito servidores da CGU participaram da operação. Mais informações serão repassada em coletiva de imprensa ainda nesta manhã na sede da Delegacia de Polícia Federal em Juazeiro do Norte.
Parte do dinheiro foi encontrada em caixas de sapato (Foto: Divulgação/PF)
O esquema
De acordo com Carlos Arthur, a Prefeitura de Granjeiro contratava, por meio de licitações, empresas de fachada para realizar reformas e construir escolas e acabava não utlizando os serviços das empresas, contratando outros por fora.
“Em vez de a empresa da licitação fazer as obras, quem fazia os serviços eram funcionários contratados pela Prefeitura. E aí esse dinheiro (da licitação) ia para a organização criminosa”, comenta o assessor da PF. De acordo com a PF, o prejuízo foi calculado entre abril de 2012 e agosto de 2014.
Conforme a CGU, além das fraudes de obras, também houve contratação de serviços que nunca foram realizados, com a verba federal do Programa Nacional de Transporte Escolas (PNATE).