Data de Hoje
20 April 2024

Mãe suspeita de matar filha abafava gritos da criança colocando papel em sua boca, afirma babá

Uma babá que trabalhou na casa do casal Débora Rolim da Silva e Phelipe Douglas Alves, ambos presos no último sábado (3), por suspeita de espancarem e matarem a filha Emanuelly Aghata da Silva, de 5 anos, relatou, em entrevista à uma filiada da TV Globo, que a menina era agredida constantemente.
Segundo ela, que prefere não se identificar, a mulher chegava até a colocar papel na boca da criança para que ela não gritasse. As informações são do G1.
“Um dia fui trabalhar e ela estava com o olho roxo. Porém, quando perguntei o que tinha acontecido, ela disse que tinha caído. Foi então que a irmã mais velha contou que a mãe havia enchido a boca dela [Emanuelly] com papel para que ela não gritasse e bateu com o guarda-chuva no olho dela”, afirma.
Segundo a babá, que trabalhou por cerca de três meses na casa do casal, as agressões começaram a ser notadas quando foi dar banho na menina e viu marcas roxas em suas costas.
“Ela preferia tomar banho sozinha, mas um dia decidi dar banho nela e vi umas marcas roxas nas costas. Perguntei o que tinha acontecido e ela disse que tinha caído. A mãe dizia a mesma coisa. Porém, um dia, a irmã mais velha contou que a mãe batia nela, disse que pegava a ‘Manu’ pelas pernas e batia com a cabeça dela na parede. Algumas vezes ela não queria pentear o cabelo, porque era dolorido de tanto que a mãe batia e puxava o cabelo dela”, conta.
Entenda o caso
Um casal foi preso no último sábado (3) por suspeita de ter espancado até a morte a filha de 5 anos, em Itapetininga, no interior de São Paulo. Phelippe Douglas Alves, de 25 anos, e Débora Silva, de 24, haviam acionado o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), no dia anterior, alegando que a criança tinha caído da cama e batido a cabeça, passando a ter convulsões. A equipe médica, porém, suspeitou dos hematomas na menina, que seriam compatíveis com maus-tratos.
Pela gravidade dos ferimentos, a menina Emanuelly Agatha foi transferida para o Hospital Regional de Sorocaba, mas morreu na madrugada de sábado (3). O casal foi detido e, na audiência de custódia, o juiz responsável pelo plantão judiciário determinou a prisão preventiva. Débora foi levada para a Penitenciária Feminina de Votorantim e seu marido, para a Penitenciária II de Itapetininga. Ele foi colocado em cela do chamado seguro, onde ficam detentos sob ameaça, por causa do tipo de crime do qual é suspeito.
Segundo a Polícia Civil, o casal negou o crime. Os dois são usuários de drogas e já estiveram envolvidos em suspeitas de agressões a seus outros filhos. Além de Emanuelly, eles têm uma menina de 9 anos e um menino de 4. As crianças foram encaminhadas a um abrigo provisório pelo Conselho Tutelar até uma definição da Justiça sobre o local para onde serão levadas. A polícia espera o laudo da perícia feita na criança e vai analisar os celulares apreendidos na casa da família. Vizinhos também serão ouvidos na investigação.