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27 July 2024

Marcelo Odebrecht deve ser solto na tarde desta terça (19)

Marcelo foi preso pela PF em 2015, na Operação Erga Omnes, 14ª fase da Lava Jato

Advogados de Marcelo Odebrecht trabalharam na segunda-feira, 18, para garantir que o empresário conseguisse deixar o regime fechado nesta terça-feira, 19 – prazo previsto em seu acordo de colaboração premiada – após cumprir pena de dois anos e seis meses de prisão.

A soltura estava atrelada a entrega de uma série de documentos solicitados pelo Ministério Público Federal – o material foi entregue, segundo apuração da reportagem. A saída de Odebrecht está prevista para às 13h desta terça.

 

“A própria Justiça concordou com os termos quando ele foi assinado. Como a previsão do acordo é que ele seja solto amanhã (hoje, terça), estamos aguardando que isso seja cumprido”, disse advogado Nabor Bulhões ao sair do prédio da PF onde acabara de entregar para a juíza Carolina Lebbos, responsável por acompanhar a execução da pena de Marcelo, uma série de documentos solicitados pelo MPF.

 

Na sexta-feira passada, dia 15, a força-tarefa da Lava Jato cobrou a defesa de Marcelo Odebrecht para que apresentasse “documentos faltantes” – extratos de contas, valores de bens móveis e imóveis, por exemplo – à 13.ª Vara Federal, em Curitiba, responsável pela execução penal do empreiteiro.

 

A Procuradoria da República queria avaliar se o empresário estava fazendo “jus aos benefícios” de seu acordo de delação premiada e se, por consequência, poderia mudar de regime de cumprimento de pena.

 

A defesa ficou no local por cerca de 20 minutos. Na saída, o advogado Nabor Bulhões apontou os “dois maiores objetivos” do empreiteiro. “Ele está preocupado com dois pontos: primeiro, voltar para a família, segundo, ser efetivo na colaboração dele como ele vem sendo efetivo na colaboração com a Justiça. São os dois maiores objetivos dele”, afirmou.

 

Além dos pontos citados por Bulhões, o herdeiro da família Odebrecht terá de enfrentar as arestas criadas com seus parentes mais próximos ao longo do processo de prisão e de negociação e assinatura da colaboração premiada. Descontente com sua pena e com a decisão do pai, Emílio Odebrecht, em aceitar os termos do acordo, Marcelo rompeu com o patriarca do clã, com a irmã e o cunhado, o diretor jurídico da empresa Maurício Ferro.

 

Acordo

 

Marcelo Odebrecht foi preso pela Polícia Federal em 19 de junho de 2015, na Operação Erga Omnes, 14ª fase da Lava Jato, e condenado a 19 anos e 4 meses de prisão pelo juiz federal Sérgio Moro. Ao fechar seu acordo de delação premiada, o empreiteiro obteve o benefício de deixar o regime fechado após 2 anos e 6 meses de prisão. Ao todo, o empreiteiro vai cumprir 10 anos de pena por lavagem de dinheiro e associação criminosa.