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27 July 2024

Na capital da violência, mortes na fila da regulação superam número de homicídios

Nada é tão ruim que não possa piorar. O velho brocardo aplica-se bem à situação de Feira de Santana, a maior cidade do interior da Bahia, com uma população superior a 650 mil almas, de acordo com a prévia do Censo 2022 divulgada na semana passada pelo IBGE. Lá, para morrer, basta estar vivo, como diz outro ditado antigo.

Informe Baiano

Não, meu caro leitor, ainda não chegamos àquela situação limite retratada por João Cabral de Mello Neto no poema Morte e Vida Severina, um clássico da literatura brasileira. No poema, o retirante Severino, em sua jornada desde a Serra da Costela, onde nasceu, até o Recife, é advertido que naquelas paragens a morte é tanta que só é possível trabalhar naquelas profissões que dela fazem ofício ou bazar.

Ainda não, mas o simples ato de viver é cada vez mais perigoso em Feira de Santana. A cidade no ano passado registrou 327 vítimas de homicídio, consolidando a nada honrosa posição de capital baiana da violência, conquistada em 2021, considerando os municípios com mais de 100 mil habitantes, segundo a última edição do Anuário 2022 do Fórum Brasileiro de Segurança Pública – no ranking nacional, apareceu na terceira posição.