“Não esperava vitórias tão acentuadas”, diz Casemiro Neto sobre vencer Fátima Bernardes no Ibope

No início de 2008, a televisão baiana viveu uma grande mudança, parecida com a que está ocorrendo atualmente. José Eduardo, o Bocão, saiu da TV Aratu/SBT e se mudou para a RecordTV Itapoan.

Para manter um nome forte em seu casting, a TV Aratu/SBT surpreendeu e retirou Casemiro Neto, que na época, apresentava o Bahia Meio Dia na TV Bahia, afiliada da Globo em Salvador.

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Casemiro assumiu então o programa Que Venha o Povo, e desde então, está na caminhada. Mas desde julho de 2017, Casemiro vive um auge: o primeiro lugar de audiência na média mês.

Líder com média na casa dos 9 a 10 pontos de Ibope na Grande Salvador, ele derrota ninguém menos que Fátima Bernardes, e o seu Encontro. E não são derrotas pequenas – em dado momento, ele chega a vencer por até sete pontos de diferença.

Em entrevista ao Observatório da Televisão, Casemiro admite que não esperava vencer Fátima com tanta facilidade em alguns dias. “Não esperava vitórias tão acentuadas. Eu sou muito transparente e falo que fiquei até impressionado na hora e falei assim: ‘Meu Deus, o que aconteceu com a Fátima Bernardes?’. Até pela grandeza dela…”, confessa o jornalista.

Leia a conversa na íntegra:

Observatório – O Casemiro apresenta o QVP na TV Aratu/SBT desde 2008, já está há 10 anos aqui na emissora. Dez anos de programa e acho que esse é o seu auge, né? Você é líder desde julho de 2017…

Casemiro Neto – É verdade, eu vivo o auge por dois motivos. Primeiro pela liderança, é claro. Ter essa liderança, isso simboliza muito a confiança da Bahia e do Brasil também, porque eu recebo mensagens e depois do programa eu olho tudo e respondo, mas por me sentir em casa, esse auge passa por isso também, isso que é bacana.

Eu acho que uma coisa acaba sendo vinculada a outra, eu estou tão à vontade com o ambiente do programa de uns dois anos para cá, não que eu não estivesse à vontade antes, mas agora eu estou mais ainda, eu até tenho um certo cuidado, porque eu me sinto tão em casa que é capaz de eu começar fazer o que faço em casa e não fica bem na televisão.

Observatório – Você concorre com a Fátima Bernardes na Globo e com o Hoje em Dia. Facilita apresentar seu programa contra programas nacionais?

Casemiro Neto – Eu acho que facilita sim, apesar de que esses programas nacionais têm adotado um tom regional e tem mostrado até uma preocupação maior, feito campanhas… Você vê que a Fátima Bernardes depois que está perdendo para nós aqui da Aratu, o Hoje em Dia também, tem exibido campanhas fortíssimas chamando o público, tudo com uma conotação mais regional. Eu acho que facilita um pouco, mas eu não penso muito nisso não, minha preocupação maior é fazer um programa com dignidade, com ética e sempre cobrando uma qualidade de vida melhor para o público do programa. Isso que me importa mais, não é nem muito a concorrência.

Observatório – Somente para entender esse fenômeno, há alguns dias o Casemiro ganhou da Fátima Bernardes de 10 pontos a 3. Você pensava em vitórias tão contundentes assim?

Casemiro Neto – Não esperava vitórias tão acentuadas. Eu sou muito transparente e falo que fiquei até impressionado na hora e falei assim: “Meu Deus, o que aconteceu com a Fátima Bernardes?” Até pela grandeza dela, fomos colegas, eu conheci a Fátima Bernardes, é uma pessoa adorável, participei de encontros lá no Rio com ela, com o Pedro Bial, Boni e o Boni me deu muitas dicas de televisão quando ele ainda era editor chefe do Jornal Hoje. E eu gostei, fiquei com pena dela, mas gostei. Sabe quando você tem aquele sentimento ambíguo? Vê uma pessoa que é tão bacana, tão competente no que ela faz, mas que ao mesmo tempo o que reflete isso é a competência nossa aqui do QVP também, que está sendo superior.

Observatório – Não só a sua competência, mas a competência da TV Aratu inteira, porque é uma TV que hora tem quatro programas líderes de audiência, pelo menos. Porque você acha que a TV de Salvador vive essa revolução, das concorrentes darem tanto suor?

Casemiro Neto – Eu acho que a TV Aratu tem uma preocupação muito grande com o telespectador. Eu respeito demais o telespectador. Então em função desse respeito que a gente tem aliado a preocupação com a audiência a gente tem se esmerado muito, nesse tipo de trabalho essa preocupação. Qualquer programa de televisão ele é sustentado por três pilares, audiência, credibilidade e dinheiro. Sem dinheiro nenhum programa vai para frente, então a gente tem muito essa preocupação, mas principalmente a credibilidade, diante disso aí você conquista a audiência e o dinheiro. Eu acho esse cenário o mais bonito do Brasil. Talvez concorra um pouco com o do Jornal Nacional. Ele é meio nave assim. A diretoria queria mudar, mas eu falei para não mudar.

Observatório – Quais são seus planos para 2018?

Casemiro Neto – Melhorar ainda mais o QVP. Trazer mais novidades, planos profissionais, criar quadros novos, fazer debates porque é um ano eleitoral, fazer entrevistas com os candidatos porque é muito importante o telespectador prestar a atenção como eu falo nos movimentos políticos, eu falo sempre que tem que prestar a atenção em quem mexe com o seu bolso. O QVP tem tido a conotação não só de assuntos pesados, é um programa que passeia por tudo, segurança público, saúde, educação e cultura também.