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21 May 2024

“Não podemos perder mais inocentes para a violência”, diz noivo de PM morta em Pituaçu

Amigos e familiares de Dulcineide fizeram protesto pacífico e pediram fim da violência

 

Não podemos perder mais pessoas inocentes para a violência”. Esse era o pedido de Robson dos Santos, noivo da Dulcineide Bernadete de Souza. A policial militar, de 44 anos, foi morta no último dia 16, após ser baleada na testa em um posto de saúde em Pituaçu. Neste domingo (22), o local virou o ponto de partida para uma marcha, que pedia paz e o fim da violência.

Robson era um dos integrantes do movimento, que, vestido de branco, seguiu até a antiga sede de praia do Bahia, puxado por um trio elétrico. Do alto do carro, orações e palavras de justiça. “Todos aqui juntos dá um conforto. Isso pode acontecer com todas as pessoas. Ontem fui eu, mas pode ser qualquer um amanhã”, declarou Robson.

Na marcha, amigos e conhecidos de Dulcineide, moradores da região e outros policiais. “Nós nos formamos juntas. Ela não pode cair no esquecimento, virar apenas mais uma estatística. A segurança pública é responsabilidade de todos os cidadãos. Precisamos fazer ações como essa, cobrando, exigindo leis mais rigorosas”, defendeu a PM Bárbara Bittencourt, 44 anos.

A PM Sílvia Nunes, 41 anos, trabalhou com Dulcineide e também participou da caminhada. “É muito importante fazermos um movimento como esse, acho muito válido. Ela era uma de nós, podia ser qualquer um ali. E é ainda mais importante se pensarmos que foi mais um ato de violência contra a mulher”

Muitos participantes traziam placas, com rostos de outros policiais mortos em serviço. “É nossa forma de fazer uma ação pacífica. Não precisamos queimar pneus para chamar a atenção”, falou a soldado Patrícia Oliveira, 39 anos. Um dos organizadores do movimento, o capitão Anderson Sampaio concordou. “Nós PMs somos da paz, não gostamos de derramamento de sangue. Pedimos sempre por proteção”, disse.

Nem todos conheciam as pessoas representadas nas placas, mas isso não importava. “Vestiu a farda, virou um irmão adotado. Todos fazemos parte de uma grande família”, disse o PM Joanes Barreto, 36 anos. Alex Meireles, 40 anos, PM da 39ª CIPM, completou. “Somos um corpo só. Eu não conhecia a Dulcineide pessoalmente, mas é como se ela fosse uma irmã”.

Segundo um soldado que mora em Pituaçu, o policiamento no local continua o mesmo. “Ele já é reforçado por natureza. Inclusive, ficamos todos surpresos com o fato. (A morte de Dulcineide) foi um caso isolado”, disse o policial, que preferiu não se identificar. De acordo com o capitão Anderson, o posto de saúde onde ela foi baleada segue fechado, ainda sem previsão de reabertura.

fonte Correio