Operação Lava Jato pode mudar campanha para Prefeitura de Salvador, diz jornal
Os procuradores da Operação Lava Jato estão convencidos que Odebrecht, OAS e UTC, que ficaram responsáveis de abasteceram com caixa dois campanhas eleitorais em todo o país, começaram os trabalhos ilícitos onde nasceram, na Bahia, e realizaram seus primeiros contratos com o poder público. De acordo com o Jornal Valor Econômico, tudo será conhecido quando o acordo de delação premiada de Odebrecht e OAS for homologado pelo Supremo Tribunal Federal.
Como a imprensa já noticiou sobre as delações dos executivos das duas empreiteiras, houve contribuições para as campanhas vitoriosas de Jaques Wagner (PT) e Rui Costa (PT), ao governo do estado, e ACM Neto (DEM) à Prefeitura para Salvador, além de Paulo Souto (DEM) e Nelson Pelegrino (PT), derrotados nas últimas eleições.
Ainda de acordo com a publicação, a Odebrecht sempre contribuiu com os mesmos critérios aos principais candidatos baianos, à prefeitura ou governo do estado, mas em 2012 concentrou seus esforços na campanha de ACM Neto. Já a rival OAS, no mesmo ano, de acordo com os vazamentos, dedicou exclusividade a Pelegrino. PT e DEM reconhecem a contribuição, mas explicam que nada aconteceu fora da lei. A reportagem afirma que as empresas faziam doações com certa isonomia entre os principais candidatos ao governo da Bahia ou à prefeitura, mas diz que em 2012 o equilíbrio foi quebrado, com a Odebrecht concentrando sua contribuição na campanha de ACM Neto e a rival OAS dedicando exclusividade a Pelegrino.
Mas, ainda segundo o jornal, nenhuma direção de campanha revela a intenção de explorar a Lava Jato. O PT anuncia que entre os temas nacionais prefere a reação ao impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff. E Geddel Vieira Lima (PMDB) diz que, em seus poucos meses de ministro em Brasília, comprovou que o PT sabotou a construção do BRT pleiteado por ACM Neto.