Data de Hoje
29 March 2024
Foto: Reprodução

Pacientes que sofrem de gigantismo estão há 3 meses sem remédio na BA

Eles são atendidos pelo Centro de Diabetes de Endocrinologia (Cedeba).

Médica alerta para o risco da interrupção de tratamento.

Há três meses, pacientes que sofrem com a acromegalia, doença rara que causa gigantismo em membros como pernas e mãos, como também em órgãos internos, não conseguem obter os medicamentos octeotrida e o somatuline na rede pública de saúde. Eles custam de R$ 3 mil a R$ 9 mil.

Na Bahia, 84 pacientes são atendidos pelo Centro de Diabetes de Endocrinologia (Cedeba). Uma delas é a dona de casa Janete de Oliveira, que todo mês se desloca de Vitória da Conquista, na região sudoeste, até Salvador, para fazer o tratamento. “Difícil convivência, muito nervoso, insônia, dores nas articulações, minha língua está alta, tanto que já estou mudando a voz”, disse a paciente sobre a doença.

A presidente da Associação de Portadores de Doenças Raras disse que já entrou em contato com a secretaria de Saúde de Saúde da Bahia (Sesab) para falar sobre a falta de remédios. “Há falta de medicação já há três meses. Já houve morte de um rapaz que mora na cidade de Barreiras por falta de medicamento”, informou Márcia de Oliveira.

O gigantismo é uma doença crônica que provoca excesso de produção do hormônio do crescimento. Além do crescimento anormal na altura ou de algumas partes do corpo como a mão, o pé e boca.

A endocrinologista Flávia Resedá, que atende os pacientes no Cedeba, alerta para os riscos. “Esses pacientes têm acromegalia, que é uma doença que, a princípio, se trata com cirurgia. Mas como os pacientes demoram muito para receber o diagnóstico, eles acabam precisando usar a medicação depois da cirurgia, porque eles não ficam curados. Acontece que a falta da medicação traz outras doenças, descompensação dos diabetes, aumenta o risco de doenças cardiovasculares. Essa medicação não deve faltar nem um mês, quem dirá três meses”, explicou.

A reportagem entrou em contato com a Sesab para saber quando os pacientes vão voltar a receber os remédios octeotrida e o somatuline, mas ainda não obteve a resposta.

Por G1 / Inf. da TV Bahia