Petição de Janot aponta 11 motivos para afastamento de Cunha da Câmara

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, enumerou em petição ao Supremo Tribunal Federal contendo 11 motivos para o ‘necessário e imprescindível’ afastamento do presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), do mandato de parlamentar e de líder da Casa. A Corte não tomou uma decisão até a data atual, apesar de o documento ter sido entregue ao STF em dezembro do ano passado.

Após uma palestra na Universidade de Harvard nos Estados Unidos, na sexta-feira (22), Janot disse acreditar que não demora ao futuro do presidente da Câmara ser definido.

“Nós enviamos várias denúncias contra ele e mais duas devem ser consideradas em breve pelo Supremo”, afirmou. “Não podemos admitir que o terceiro homem na linha sucessória tenha um passado como o dele”.

Caso ocorra o impedimento da presidente Dilma Rousseff (PT), o vice Michel Temer (PMDB) assume a presidência e Eduardo Cunha, réu por corrupção e lavagem de dinheiro na Operação Lava Jato, assumirá a vice-presidência.

Janot aponta as vantagens favoráveis a Cunha continuar assumindo a Casa. “Certamente referido cargo (presidência da Câmara) lhe dá muito maiores poderes para atender aos interesses espúrios dos empresários, pois é o Presidente da Câmara o responsável por estabelecer a pauta de votação da Casa e, ainda, interferir na escolha de diversos cargos estratégicos para tais votações”, disse.

“A reiteração criminosa e o uso do cargo de representante do povo para atender interesses ilícitos e escusos, não apenas dos empresários, mas também próprios, é fator que demonstra a necessidade também do afastamento do cargo para evitar a reiteração criminosa, assegurando-se a ordem pública.”

Em uma outra petição entregue ao Supremo por parte da defesa do presidente da Câmara foi afirmado que os ’11 atos’ em que se baseia o procurador-geral da República são ‘todos impertinentes’.

Por Click Notícias / Inf. Estadão Conteúdo