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21 September 2024
Imagem divulgada pelo governo russo mostra navio lançando míssil no Mar Cáspio em direção à Síria - AP

Quatro mísseis russos lançados à Síria teriam caído no Irã

Segundo fontes americanas, projéteis partiram do Mar Cáspio. Moscou nega

Mísseis lançados pela Rússia a partir do Mar Cáspio em direção à Síria caíram no Irã, informaram nesta quinta-feira dois funcionários do governo americano à CNN. Segundo as fontes, quatro projéteis caíram enquanto sobrevoavam o território iraniano e podem ter causado vítimas, mas ainda não houve confirmação. Questionado sobre as casualidades, Moscou negou as informações.

Os mísseis foram lançados de navios russos estacionados no Mar Cáspio. Dessa forma, teriam que atravessar o território do Irã e do Iraque antes de alcançar a Síria. Ainda não está claro o local exato onde as casualidades ocorreram.

O incidente ocorre um dia depois de navios de Moscou começarem a atacar a Síria a partir da região. Na quarta-feira, o Ministério da Defesa russo informou ter atingido depósitos de armas, campos de treinamento e centros de comando do Estado Islâmico.

Nesta quinta-feira, tropas do governo sírio e milícias apoiadas por ataques aéreos russos lançaram uma nova ofensiva coordenada contra insurgentes em Ghab Plain, no Oeste da Síria. Rami Abdulrahman, diretor do Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH), disse que forças terrestres atacaram áreas tomadas por rebeldes com mísseis terra-terra, enquanto jatos russos bombardearam a região.

Já segundo a mídia local, autoridades militares da Síria afirmam que as forças sírias “lançaram ataques de longo alcance para lidar com grupos terroristas e liberar áreas que sofreram com leis e crimes terroristas”. No entanto, o chefe de equipe do exército sírio, General Ali Abdullah Ayoub, não revelou quais áreas foram atingidas. Ele afirmou que novas unidades de combate foram orientadas a promover a ação militar.

Os ataques aéreos russos começaram na semana passada e, desde então, tiveram como principal foco áreas do oeste da Síria, onde Bashar al-Assad tem buscado reforçar seu controle depois de perder áreas do país para insurgentes, incluindo o grupo extremista Estado Islâmico. Mas, apesar de dizer que tem como alvo o grupo jihadista, os opositores do presidente têm sido mais alvejados.

A ação foi alvo de críticas pelos Estados Unidos, com o departamento de Estado americano acusando os russos de focarem 90% dos ataques contra rebeldes, em vez de mirarem alvos do EI. Ash Carter, secretário de Defesa dos EUA, afirmou que o país não vai cooperar com a Rússia na crise por esta apresentar uma estratégia “tragicamente falha”. No entanto, ele disse que o país está preparado para realizar discussões técnicas sobre segurança.

Por O Globo / com agências internacionais