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27 July 2024
Foto: Reprodução

Relatório aponta rombo fiscal acima de R$ 100 bi em 2016 e 2017

As estimativas de especialistas do mercado para o rombo primário do governo central (governo federal, Previdência Social e Banco Central) pioraram tanto para 2016 quanto para 2017, acima de 100 bilhões de reais, segundo o Relatório Prisma Fiscal divulgado pelo Ministério da Fazenda nesta quinta-feira. O levantamento foi feito com base em entrevistas com 30 instituições financeiras.

O documento apontou que a projeção para o déficit primário, pela mediana, de 2016 foi a 100,45 bilhões de reais com dados coletados em março, contra 79,473 bilhões de reais antes. Para 2017, especialistas veem saldo negativo pouco pior, de 103,515 bilhões de reais, bem acima da projeção anterior de 71,329 bilhões de reais.

A meta oficial do governo para 2016 é de superávit primário de 24 bilhões de reais para o governo central e de 6,6 bilhões de reais para Estados e municípios.

Entretanto, reconhecendo as dificuldades para atingir o objetivo diante da atividade em forte retração, o governo enviou ao Congresso no mês passado projeto de lei que abre espaço para o setor público consolidado registrar déficit de quase 100 bilhões de reais em 2016, o que encerraria o ano no vermelho pela terceira vez consecutiva.

Até sexta-feira o governo vai fixar a meta de primário para 2017, via Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) que enviará ao Congresso Nacional. A equipe econômica trabalha para estabelecer novas possibilidades de abatimento no alvo fiscal, principalmente por frustração de receitas.

No relatório Prisma, economistas diminuíram suas previsões para a arrecadação federal neste ano e no próximo. Para 2016, a estimativa agora é de 1,278 trilhão de reais, contra 1,286 trilhão de reais antes. Já para 2017, passou a 1,377 trilhão de reais, ante 1,388 trilhão de reais na última pesquisa.

Diante da trajetória de franca deterioração das contas públicas, o mercado vê a dívida bruta do governo geral subindo a 74,35% do Produto Interno Bruto (PIB), contra 74,15%, em 2016 e 80% em 2017, acima dos 78,75% calculados antes.

Por Veja