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19 May 2024

Reunião na Maternidade Albert Sabin discute situação atual das unidades de Saúde da Região de Cajazeiras

 

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Na tarde desta última sexta-feira (29) de maio, no auditório da Maternidade Albert Sabin, localizada no bairro de Fazenda Grande II, houve uma reunião aberta ao público com a intenção de se discutir o atual estado de algumas unidades de saúde do Conjunto Cajazeiras, em busca de meios para a melhora do atendimento médico na localidade e adjacências.

A reunião contou com a presença de representantes da SINMED, da SEED, do Conselho Estadual de Saúde, da Base Policial de Águas Claras, e de grupos comunitários da região.

Segundo o Sr. Eduardo (funcionário da Maternidade Albert Sabin, e um dos organizadores do encontro), a SESAB dispensou o convite encima da hora declarando ter outro compromisso, mesmo havendo confirmado presença anteriormente durante a semana.

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As unidades colocadas em pauta para a discussão após diagnóstico feito pela conselheira Eliane Simões (Conselho Estadual de Saúde) foram: o Hospital Professor Eládio Lassérre, a Maternidade Albert Sabin, e o Posto de Saúde de Cajazeiras VIII.

 

Várias faltas das unidades citadas foram analisadas:

Do Hospital Eládio Lassére (bairro de Águas Claras) foi dito que, embora tenha estrutura agradável e limpa, possuindo 150 leitos e 200 atendimentos diários, tem estado com muitos leitos vazios; e nesses últimos 20 dias, os atendimentos só estão sendo prestados para pacientes em situação de emergência, devido à greve médica que foi instaurada na unidade pela falta do pagamento salarial.

Foi dito também que o Hospital Eládio não cresce em concernência com a população de Cajazeiras, tendo seus atendimentos disputados entre os moradores locais e os de bairros adjacentes.

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Da Maternidade Albert Sabin, foi reclamado que pela tarde — no dia do diagnóstico — havia na sala de espera gestantes com sangramento, algumas apresentando fetos sem movimentos e pressão alta, não sendo atendidas de imediato mesmo havendo vários leitos vazios, tendo que esperar até às 17h, colocando em risco de vida as pacientes e seus bebês.

 

A diretora geral da Maternidade se manifestou quanto ao assunto, informando que sempre ao saber de erros na Maternidade elabora reuniões com toda a equipe para reestabelecer melhoras no atendimento. Sem contar que a maioria das pacientes que a Maternidade atende são classificados como faixa de risco verde.

Sobre o Posto de Saúde de Cajazeiras VIII, o diagnóstico foi drástico: Local com aspecto sujo, pacientes não atendidos, com falta de recursos humanos (médicos, enfermeiros e técnicos), falta de segurança, e com o edifício apresentando infiltrações e vazamentos. Atualmente o atendimento é precário, e inexistente aos finais de semana.

Segundo a conselheira Eliane, a sala de sutura do Posto possui equipamentos novos, no entanto, não tem médicos cirurgiões para prestar o atendimento. O equipamento de Raios-X do posto foi mandado para o Hospital Irmã Dulce, devido à falta de técnicos especializados na unidade. E o laboratório — que é terceirizado — está tendo seus serviços executados por profissionais incapacitados.

 

Foi dito em reunião que em contrato o Posto possui 28 médicos, nove enfermeiros e 17 técnicos, totalizando 54 profissionais. No entanto, nem mesmo metade da quantidade desses profissionais contratados está trabalhando no local.

Fica a pergunta: Para onde estão indo o salários desses "fantasmas" contratados?

O Dr. Francisco (SINMED) declarou que a saúde em nosso estado está cheia de problemas. Já cinco greves médicas foram deflagradas devido à falta de pagamentos da classe. O objetivo é chamar a atenção da Diretoria de Gestão da Rede Própria (DGRP), para que a SESAB se posicione quanto aos atraso dos pagamentos.

 

David Apóstolo (SEED) e a conselheira Eliane propuseram o início de um movimento em rua proclamando uma paralisação para que o governo atente para as necessidades dos usuários do SUS e das classes profissionais de saúde — haja vista que, a saúde não se faz somente com médicos, mas com uma equipe médica.

 

O propósito final da reunião foi à formação de uma comissão, a fim de elaborar um documento que solicite o acesso pleno aos contratos de serviço destas unidades, pois é necessário saber quais os recursos que são destinados a elas pelo governo, para entendermos os motivos reais de tais desventuras estarem acontecendo com a saúde pública em Cajazeiras, e consequentemente com em Salvador.

 

Dia 12 haverá uma reunião com o Conselho Estadual de Saúde, e eles precisam saber o que está havendo em nossa cidade.

foto : Cleide oliveira

Click Noticias/Elton Soledade