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25 April 2024

Risco de suicídio é três vezes mais alto em mulheres com próteses nos seios, diz estudo

Uma pesquisa desenvolvida pelo Centro Médico da Universidade Vanderbilt, em Tennessee, nos EUA, e publicada no periódico “Annals of Plastic Surgery”, aponta que mulheres com implantes nos seios têm quase três vezes mais chance de se suicidar do que aquelas que não passaram pelo procedimento.

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O estudo acompanhou o caso de 3.527 mulheres suecas que passaram pela cirurgia entre 1965 e 1993, e os pesquisadores analisaram os seus certificados de óbito para analisar as suas causas de morte.

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Apenas 24 das mulheres cometeram suicídio depois da idade média de 19 anos — índice que, apesar de parecer pequeno, representa o triplo de risco daquele observado com a média da população.

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Loren Lipworth, uma das co-autoras do estudo, sugere que cirurgiões que realizam esse tipo de procedimento devem querer acompanhar os seus pacientes com atenção, ou indicá-los a um grupo de risco de suicídio.

“O aumento no risco de suicídio não foi aparente até dez anos depois da realização do implante”, escreveram os pesquisadores. Lipworth acredita que algumas das mulheres que passam pelo procedimento cirúrgico podem ter problemas psiquiátricos ligados, possivelmente, a uma baixa auto-estima ou distúrbios relacionadas à sua imagem corporal.

— Acredito que não sabemos o quão grande é esse problema porque não podemos nem mesmo identificar a proporção das mulheres que têm desordens psiquiátricas — afirmou a pesquisadora à Reuters. — Pode haver diferentes tipos de desordens.

O estudo também indica que mulheres com implantes nos seios também apresentaram o triplo de chances de morte pelo uso de drogas e álcool.

“Ao menos 38 mortes (22% do total de mortes) foram associadas a suicídio, transtornos psicológicas ou abuso/dependência de drogas e álcool”, escreveram os pesquisadores.

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O levantamento não indicou aumento no risco de morte por câncer, incluindo o de mama: mulheres com implantes apresentaram maior probabilidade de morrer de câncer no pulmão e doenças respiratórias, como enfisema, o que possivelmente é explicado pela maior chance de serem fumantes.

No ano passado, pesquisadores canadenses também observaram um maior risco de suicídio entre mulheres que realizaram implantes nos seios, ainda que elas tivessem uma taxa menor de outras doenças, como câncer.

Em novembro passado, o FDA, órgão americano responsável regulamentar alimentos e medicamentos, autorizou a venda de implantes mamários de silicone pela primeira vez em 14 anos, depois de anos de audições sobre a sua segurança. A entidade não encontrou comprovações científicas que ligam os implantes ao câncer de mama.

Embora os implantes de silicone estivessem banidos nos EUA, as mulheres podiam usar aqueles compostos de uma solução salina. No entanto, cirurgiões plásticos alegam que as mulheres preferem os do primeiro tipo — que apareceu em um maior número de casos no estudo de Lipworth.

Em 2006, cerca de 383.886 mulheres nos EUA possuíam implantes de seios, de acordo com a Sociedade Americana de Cirurgia Plástica Estética — o segundo procedimento cosmético cirúrgico mais comum, após a lipoaspiração.

O Globo