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18 May 2024
Sem emprego, Érica Gonzaga teve de transferir os filhos da escola particular para um colégio municipal (Foto: Marina Silva)

Salvador tem mais de 26 mil vagas em escolas na rede pública; Estado também garante matrícula

Mais de 20% das vagas disponíveis para alunos do Fundamental em 427 escolas municipais ainda não foram ocupadas

Enquanto muita gente tem se apertado para manter o filho estudando em uma escola particular por causa da crise econômica do país, sobram vagas nas escolas públicas da capital e do interior. Só na rede municipal estão disponíveis 26.453 mil vagas para crianças a partir de 6 anos. A  Secretaria de Educação da Bahia não soube precisar a quantidade de vagas abertas, mas garantiu a matrícula em qualquer período do ano nas suas unidades de ensino.

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Recém-reformada, com quadra esportiva, biblioteca, sala de vídeo e laboratório de informática. Poderia ser a descrição dos atrativos de uma escola privada, mas não é. O Colégio Municipal Arlete Magalhães, localizado no bairro de Castelo Branco, dispõe dessa infraestrutura e a maior quantidade de vagas em aberto entre as escolas municipais, com 375 vagas.

“A turma do 6º ano é a que dispõe de mais vagas e também é a que tem mais alunos transferidos de escolas particulares”, como afirma a vice-diretora da instituição, Tatiane Castro. 

Não muito distante de lá, outras três particulares – a Escola Classe, o Colégio Adventista de Castelo Branco e a Escola Boa Semente – disputam  a área do bairro de Castelo Branco com mais duas escolas municipais que ficam na rua de trás da Escola Arlete Magalhães: o CIMEI Unidos de Castelo Branco e a Escola Municipal Zilda Arns.

O orçamento apertado fez com que a profissional autônoma Érica Gonzaga optasse pela Escola Municipal Zilda Arns, onde matriculou dois dos três filhos que moram com ela. “Eu tinha colocado numa escola particular no ano passado, só que não tive mais como pagar, porque além de ficar sem emprego, a avó deles que me ajudava acabou falecendo. O jeito foi ir para a escola pública”, conta.

Érica até tentou buscar uma bolsa no Colégio Adventista, mas as crianças, Camila, de 8 anos, e Ícaro, de 12, acabaram indo mesmo para a  escola pública. “Agora eu vejo que é a mesma coisa. Eu não tenho o que dizer desta escola. Os professores são corretos e minha filha está aprendendo sim. Meu outro filho tem uma dificuldade de aprendizagem, mas a escola sempre se mostrou preocupada em conversar comigo e me orientar quanto a isso”, avalia.

Com uma renda de, no máximo, R$ 1 mil para garantir o pagamento do aluguel, água, energia e demais despesas da casa, Érica deve manter os filhos na mesma escola no próximo ano. “Fui antes na escola, conversei com a diretora e não me arrependo de jeito nenhum”, garante.

Por Correio