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21 May 2024
Paulo Hartung (PMDB) fala das perspectivas de recuperação do Rio Doce (Reprodução/VEJA)

Samarco não tinha plano de resgate e reação foi lenta

Paulo Hartung (PMDB) disse acreditar na recuperação do rio Doce e já pensa em usá-lo para, quando recuperado, abastecer a região metropolitana de Vitória

Quando a barragem da Samarco se rompeu no dia 5 de novembro e o “mar de lama” alcançou o rio Gualaxo do Norte, em Mariana (MG), o governador do Espírito Santo, Paulo Hartung (PMDB), logo se deu conta de que o incidente não se limitaria às terras mineiras. O Gualaxo do Norte é um afluente do rio Carmo que, por sua vez, desemboca no rio Doce, que margeia nada menos do que 26 municípios capixabas, entre eles Baixo Guandu, Colatina e Linhares. O fluxo de lama, que não é tóxico, mas turva a água com o excesso de sedimentos, cruzou a fronteira do Estado nesta semana. Por onde passou, trouxe morte e destruição ao ecossistema local e enormes prejuízos às populações que dependiam do rio.

Em entrevista a um site de grande circulação o governador fez críticas à “reação lenta” da Samarco nos dias seguintes ao desastre e às multas preliminares anunciadas até este momento. “Qualquer coisa que se faça agora é precipitado. Ficar aplicando multa é um problema, porque ela cai na estrutura fiscal dos entes federados”.

O temor do governador é que o dinheiro pago pela Samarco seja usado para aliviar os cofres do Estado em crise econômica em vez de cobrir os estragos ambientais e sociais decorrentes da catástrofe. Por fim, ele afirmou que o processo de despoluição do rio Doce pode se tornar um exemplo de que é possível recuperar outras bacias do país. “O Doce recuperado pode ser usado para abastecer a região metropolitana de Vitória por causa da crise hídrica”, diz Hartung.

Fonte:Veja