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19 April 2024
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Sem acordo greve dos bancos continuam

Greve dos bancários é mantida após reunião entre representantes da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) realizada na última tarde desta terça-feira (27), após cerca de sete horas de negociação sem acordos. Uma nova rodada de negociações está marcada para acontecer na próxima quarta-feira (28).

A paralisação dos bancários completou 21 dias nesta terça. Na Bahia, 952 agências de um total de 1.232 do estado estão fechadas. No Brasil, quase 14 mil foram fechadas. Marcada uma nova rodada para hoje (28/9), às 15 horas, em São Paulo.

Relembre o que a categoria pede:

Os representantes dos bancos não apresentaram uma proposta nova, que avançasse em relação aos rebaixados 7%, mais abono de R$ 3,3 mil, já rejeitados anteriormente.

Na avaliação do Comando, o momento é de ampliar ainda mais a greve. Somente com mais pressão a categoria vai arrancar dos bancos um acordo decente.

No meio da negociação a Fenaban tirou da manga proposta de que a Convenção Coletiva de Trabalho (CCT), assinada todo ano, passasse a vigorar por dois anos. Foi, então, marcada uma nova rodada para hoje (28/9), às 15 horas, em São Paulo.

Independentemente de ser por um ou dois anos, o que o Comando quer saber é se os bancos vão atender às reivindicações dos bancários de reposição integral das perdas (9,62%) e aumento real de 5% (reajuste de 14,62%), PLR de três salários mais R$ 8.317,90; e R$ 880 como novo valor para vale-alimentação, refeição, 13ª cesta alimentação e auxílio-creche/babá. “Além dos itens econômicos, a categoria quer ver atendidas, também, as demais reivindicações, como manutenção do emprego, melhores condições de trabalho, fim do assédio moral e das metas abusivas e das terceirizações”, disse a presidenta do Sindicato do Rio, Adriana Nalesso.

A Fenaban não tem porque não atender à categoria. Em 13 anos, os cinco maiores bancos (Itaú, Bradesco, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e Santander) acumularam lucros gigantescos de R$ 635,2 bilhões. De 2003 a 2010, o lucro médio foi de R$ 38,8 bilhões, e de 2011 a 2015, maior ainda: R$ 64,9 bilhões.

O economista do Dieese, Fernando Benfica, frisa que estes números mostram uma notável elevação no patamar dos resultados destas instituições. E argumenta que por isto mesmo a redução do lucro destes cinco maiores bancos, no primeiro semestre deste ano, não justifica a recusa em atender aos bancários e tem que ser relativizada.