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24 April 2024
Foto: Reprodução

STF autoriza quebra de sigilo bancário de Eduardo Cunha e família

Pedido foi feito pela Procuradoria-Geral da República, que investiga se o peemedebista usou contas secretas na Suíça para esconder dinheiro do petróleo

O ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou, a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), a quebra dos sigilos bancário e fiscal do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), da mulher dele, Claudia Cruz, e da filha Danielle Dytz da Cunha. Também são alvos da devassa autorizada pela Justiça empresas da família do deputado, como a Jesus.com e a C3 Produções Artísticas.

Em outubro, a PGR protocolou no Supremo novo pedido de abertura de inquérito contra Eduardo Cunha por suspeitas de que ele tenha utilizado contas secretas na Suíça para esconder dinheiro recebido em esquemas de corrupção. O pedido de quebra de sigilo ocorreu na mesma época e foi autorizado pelo ministro Teori Zavascki.

No caso das contas secretas na Suíça, as autoridades de investigação do país europeu bloquearam o saldo bancário e remeteram os indícios de irregularidades ao Ministério Público brasileiro. Parte dos recursos, segundo os investigadores, foi utilizado para pagar despesas da esposa do parlamentar em uma escola de tênis nos Estados Unidos.

Eduardo Cunha foi citado diversas vezes por delatores e investigados na Operação Lava Jato. O engenheiro João Augusto Henriques, por exemplo, apontado pelo Ministério Público como um dos operadores do PMDB na Lava Jato, foi um dos investigados no petrolão que nomeou o peemedebista Cunha como um dos beneficiários de dinheiro em contas secretas no exterior.

À Justiça, o lobista Julio Camargo, que atuou a favor da empresa Toyo Setal, afirmou que o deputado pediu 5 milhões de dólares do propinoduto da Petrobras em um contrato de navios-sonda. O ex-gerente da Área Internacional da Petrobras Eduardo Musa também afirmou que cabia a Cunha dar a “palavra final” nas decisões da diretoria Internacional – na época, a área era comandada pelo réu no petrolão Jorge Zelada.

Por Laryssa Borges/Veja