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16 April 2024

Subsecretário da Prefeitura de Salvador é acusado por assessora de assédio; Ele depõe amanhã

Histórias envolvendo assédio de políticos a assessores são frequentes e desta vez o protagonista é o subsecretário de Reparação da Prefeitura de Salvador, Valcy Evangelista da Silva, filiado ao Partido Verde e ex-presidente municipal da legenda. A denúncia é feita pela ex-assessora do partido, que prefere não ser identificada.

A jovem decidiu procurar a polícia e prestou queixa na 7ª Delegacia, no Rio Vermelho.

Sua advogada, Rosa Sales, informou que quatro testemunhas já foram ouvidas pela polícia e Valcyr Evangelista prestará depoimento nesta quarta-feira (18), às 10h. Ainda de acordo com a defesa da vítima, é possível que Valcyr responda por estupro.

“Houve a prática de atos libidinosos com a vítima. Hoje, de acordo com o Código Penal, o estupro pode ser caracterizado também por atos libidinosos. O assédio sexual está mais do que comprovado e esperamos também que seja apurada a questão do estupro”, afirmou a advogada.

O subsecretário Valcy Evangelista da Silva iria depor na manhã desta terça-feira, 18, na 7º Delegacia Territorial (DT) do Rio Vermelho, mas a audiência foi remarcada para a tarde desta quarta, 19, às 14h.

O delegado Artur Ferreira, que está investigando o caso, informou que a vítima prestou uma denúncia do suposto assédio. De acordo com investigações preliminares, a vítima e o suspeito teriam um “vínculo de amizade”.

Valcyr Evangelista disse que irá responder todos os questionamentos à Justiça. Ele também negou que já tenha cometido assédio.

A vítima conta detalhes sobre os assédios

A relação da jovem de 21 anos, estudante de psicologia, com Valcyr começou em 2013, quando ela se filiou à legenda e começou a trabalhar no mesmo escritório onde o subsecretário trabalha. “Primeiro ele começou com elogios, como ‘você é linda, como você é bonita’, e isso foi aumentando […] primeiro era mais a questão dos elogios. As coisas pioraram mais em 2015 e 2016. Foi quando se agravou”, conta.

Foto: Varela Notícias

De acordo com ela, em certa oportunidade o subsecretário teria apalpado suas partes íntimas: “Eu estava fazendo café, com as duas mãos ocupadas, e ele passava e dava um tapa em minha bunda. Em outro caso, eu estava fazendo café também, ele cheirou meu pescoço e colocou a mão na minha região íntima. Todas as vezes que eu ia na sala dele falar de assuntos diversos, primeiro a gente conversava normal e depois vinham os assédios”.

De acordo com a estudante, Valcyr se aproveitava do fato de ser seu superior dentro do partido para conseguir vantagens sexuais. “Ele dizia ‘eu sei que você precisa do emprego, precisa pagar sua faculdade’. Eu comecei a chorar. Eu estava muito conturbada com o que estava acontecendo”, relata.

Em outra oportunidade, ela diz que Valcyr teria a beijado na boca. “Uma vez ele me pediu um abraço e eu dei o abraço. No abraço, ele tentou me beijar, eu empurrei ele, mas ele conseguiu roubar um beijo. Foram várias situações. Quando eu consegui sair da sala para descer as escadas, ele veio atrás de mim e disse ‘esse beijo não é de maldade, é amizade’. No outro dia ele passou a mão nas minhas partes íntimas, e cheirou e falou ‘nossa, que cheirinho gostoso’. Na hora a gente não tem reação. As pessoas cobram uma reação, mas a gente não tem”, completa a vítima.

Mesmo sabendo que poderia perder o emprego e levando em consideração todas as possíveis represálias, a jovem prestou a queixa.

Fonte: VN (Breno Cunha) e A Tarde