Data de Hoje
19 March 2024
Foto: Reprodução

Trabalhadores desabafam sobre opressão durante carnaval deste ano

A polêmica envolvendo a exclusividade de uma cervejaria no Carnaval de Salvador e o modelo de financiamento ideal para a festa não têm previsão de acabar. Ambulantes, organizadores da festa, vereadores e representantes da sociedade civil organizada participaram de audiência pública sobre este tema, na manhã desta quarta-feira (24), no Centro de Cultura da Câmara Municipal, em debate promovido pela Comissão dos Direitos do Cidadão.

Em comum entre os participantes, a avaliação negativa do tratamento dado aos ambulantes no Carnaval e a necessidade de discutir o modelo de financiamento da festa para os próximos anos.

Presidente da Comissão dos Direitos do Cidadão, o vereador Everaldo Augusto (PCdoB) criticou o rigor contra os ambulantes na festa. “O que eu vejo é uma conduta muito rigorosa com os mais fracos e uma permissividade com os mais fortes. Os ambulantes trabalharam e praticamente não tiveram retorno financeiro. Por outro lado, a isenção aos blocos e camarotes deve ser repensada”, argumentou.

Uma audiência pública que aconteceu na Câmara Municipal de Salvador, em fevereiro de 2014, foi lembrada pelo vice-presidente do colegiado, vereador José Trindade (PSL). O edil também criticou a ausência de representantes da prefeitura no debate desta quarta-feira.

Opressão

Relatos sobre ações de repressão aos comerciantes no Carnaval pipocaram durante a audiência pública. A ambulante Patrícia Alves Queiróz chamou de “opressora” a fiscalização da prefeitura na festa.

“Fui oprimida pela Semop. Toda hora passavam e mexiam nas minhas mercadorias como se estivessem procurando drogas e fôssemos marginais. Utilizaram palavras de baixo calão para me humilhar. Fiz um investimento alto para o Carnaval e fiquei no prejuízo. Não consegui trabalhar. Agora as pessoas estão batendo à minha porta, cobrando, e eu quero ver quem vai pagar esta conta. Isso tem que ser reviso para os próximos anos porque assim não dá”, relatou, emocionada, a ambulante.

Para o presidente do Sindicato dos Feirantes, Nilton Ávila Júnior, a marca do Carnaval deste ano foi à forma com que os ambulantes foram tratados. “Temos vídeos mostrando como foram essas ações e vamos divulgar. Espancaram mesmo. O cidadão que comprou o kit para vender na festa teria que ter o direito de escolher o produto que quer comercializar”, pontuou.

Click Notícias