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24 April 2024
Foto: reprodução / Facebook

Transexual agredida recebe alta de hospital e GGB solicita intervenção do MP para o caso

A transexual e comerciária Natylla Mota Barreto, 21 anos, recebeu alta nesta segunda-feira, 17, do Hospital Cristo Redentor, em Itapetinga, no centro-sul da Bahia, após ser agredida com socos e facadas no último dia 8, por um grupo de quatro pessoas em uma praça no centro do município de Maiquinique (a 630 quilômetros da capital baiana).

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De acordo com o presidente do Grupo Gay da Bahia (GGB) Marcelo Cerqueira, a vítima, que sofreu duas perfurações no pulmão, seguiu ontem direto para a delegacia de Maiquinique para pegar a guia para exame de perícia. Até a tarde de ontem (17) nenhum suspeito havia sido preso, segundo Cerqueira, que “exige celeridade na busca e apreensão dos autores do crime que estão em liberdade, inclusive ameaçando a vítima por mensagem e ligações de celulares”.

De acordo com o Ministério Público, a delegacia local já expediu quatro mandados de prisão temporária.

Agressão

Ao GGB, Natylla revelou como ocorreu a agressão contra ela há pouco mais de uma semana. Ela disse que saiu com o seu companheiro de prenome Igor, 21, até a praça William Valadão para lanchar, quando, de repente, eles começaram a ser atingidos por latinhas de cerveja e copos por um grupo composto por três mulheres e um homem, que estava no local.

Segundo Natylla, ainda na ocasião, uma das mulheres do quarteto fez comentários homofóbicos e partiu para atacar o casal com um a faca. Ela ainda contou que seu companheiro, Igor, conseguiu imobilizar a agressora, mas acabou sendo ferido na mão e encaminhado ao Hospital Municipal de Maiquinique.

A comerciária pontua que foi atacada com chutes e golpes de facas enquanto acompanhava seu companheiro ainda dentro hospital.Um vídeo divulgado nas redes sociais mostra o momento em que a trans é agredida por uma das agressora no chão da unidade de saúde.

Natylla acusa o Hospital Municipal de Maiquinique de prevaricação, por conta da omissão de socorro, falta de intervenção da segurança e obstáculo ao acesso ao serviço público. Em comunicado, o GGB pede ao Ministério Público da Bahia para intervir no caso e punir os funcionários do hospital.

A promotora Maria Imaculada disse que a ocorrência está sob apuração e, caso seja constatado a omissão, os responsáveis também responderão criminalmente.

A unidade não atendeu as ligações para esclarecer o assunto até a publicação desta matéria.

Por A Tarde