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25 April 2024
Foto: Reprodução

Trotes ao Samu chegam a cerca de 30% das ligações

O Serviço de Atendimento Movél de Urgência (Samu) 192 recebe 3 mil ligações por dia, mas 30% das chamadas são trotes.

Antônio Fernando Costa, de 55 anos, médico coordenador do serviço 192, revela que nesta sexta-feira, 1º de abril, no Dia da Mentira, quem mais passa trote para o serviço e o que tem feito para combater as brincadeiras de mau gosto.

“O Samu existe há 11 anos e nós temos como identificar os trotes que na maioria das vezes são realizados por crianças e a partir de telefones públicos”, destacou Costa.

O médico citou como exemplo um caso em que teve de acionar o Ministério Público. No entanto, como a pessoa que passava o trote, todos os dias, era doente mental, o processo não teve prosseguimento.

“Para diminuir o número de trotes, nós montamos o programa Samu nas Escolas para conscientizar os jovens sobre a importância do serviço e para eles se tornarem multiplicadores em suas comunidades”, afirmou o médico.

Segundo Elisângela Bonfim, 38 anos, atendente do serviço 192, na maioria das ligações, dá para identificar se é trote. “Quando a ligação é feita por crianças, é mais fácil reconhecer pela voz e o conteúdo. Mas, quando é um adulto, transfiro a ligação para o médico da regulação e peço que fique atento”, explicou.

Para a psicóloga do São Cristóvão Saúde, Susi Andrade, a mentira envolve valores morais. “Existe uma forte questão moral envolvida quando o indivíduo decide mentir”, frisou.

Educação

O Serviço de Atendimento Movél de Urgência (Samu) possui o Núcleo de Educação Permanente, responsável pelo treinamento de todos os funcionários da rede e projetos de conscientização da população.

Há sete anos, o núcleo trabalha com o projeto Samu nas Escolas, cuja finalidade é ensinar aos alunos do 8º e 9º anos da rede municipal noções de primeiros socorros, tais como se comportar diante de um paciente vítima de parada cardiorrespiratória e ligar para 192.

De acordo com Nadja Gonçalves, 46 anos, coordenadora do núcleo, o projeto já atendeu 32 escolas e, além das noções de primeiros socorros, os instrutores conscientizam os jovens sobre os prejuízos causados pelos trotes.

“Nós sempre aproveitamos o curso para conversar sobre as consequências do trote e a reação após a palestras é sempre positiva”, lembrou Nadja.

Por A Tarde