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20 April 2024

Valcke afirma que estrutura dos estádios não é a desejada Dirigente reconheceu que Copa começará com obras inacabadas

Jérôme Valcke visita estádios da Copa

Dirigente diz que viveu "um inferno" durante a preparação para o Mundial (Bruno Turano/Estadão Conteúdo)

"Entendo perfeitamente o que não funciona no Brasil, que, apesar de ser um país muito rico, é um país em desenvolvimento"

A Fifa não esconde seu descontentamento com a organização da Copa do Mundo no Brasil. Em uma entrevista publicada nesta quinta-feira no jornal suíço Le Matin, o secretário-geral da entidade, Jérôme Valcke, admitiu que as arenas brasileiras para a competição não atendem a todos os requisitos da Fifa. "Nós não temos o nível de compreensão de infraestrutura que desejávamos (nos estádios)." Ele também reconheceu que algumas obras nas sedes brasileiras não estarão concluídas para a Copa. "Nas cidades, algumas infraestruturas não estarão terminadas. Certamente haverá obras em curso." Valcke, porém, insistiu que essas obras não têm relação direta com o Mundial.

 

Há dois dias, em evento em Lausanne, na Suíça, Valcke chegou a dizer que viveu um "inferno" no trabalho de preparação para a realização da Copa de 2014. Na ocasião, admitiu que a Fifa teve de reduzir suas exigências para os estádios no Brasil. Ele comentou ainda sobre a possibilidade de novas manifestações de rua durante a Copa, assim como aconteceu no ano passado na Copa das Confederações. "Acho que teremos protestos. As forças de polícia estão preparadas para administrar esses movimentos de maneira mais adaptada. Eu entendo perfeitamente o que não funciona no Brasil, que, apesar de ser um país muito rico, é um país em desenvolvimento. Não podemos nos esquecer disso."

 

No entanto, Valcke rejeitou a tese de que os protestos sejam contra a Fifa. Segundo ele, é errado fazer a ligação entre os gastos públicos com a Copa e o que poderia ser investido em outros setores. "Eles se manifestam contra a corrupção, contra a decisão de aumentar o preço do ônibus, pela saúde e pela educação."