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17 May 2024
Foto: Montagem Click Notícias

Vereadores divergem opinião sobre fim do contrato entre a Prefeitura e Hospital São Rafael

O fato do contrato entre a Prefeitura de Salvador e o Hospital São Rafael ser cancelado, gerou muita revolta nos soteropolitanos. Serão cerca de 70 leitos nas especialidades clínica médica e cirúrgica fechados, o que representa a diminuição de aproximadamente 140 cirurgias ao mês e 1.4 mil diárias de internações. O número é mesmo assustador, já que Salvador tem a segunda pior cobertura do Programa Saúde da Família entre as capitais brasileiras.

Em busca da opinião política, o Click Notícias foi saber a opinião de alguns vereadores atuantes na Câmara Municipal de Salvador (CMS).

A líder do PCdoB, vereadora Aladilce, expressou sua opinião a respeito. “Estou realmente chocada com a suspensão desse convênio com o SUS porque nós temos uma carência muito grande em assistência médica na nossa cidade. Estamos chamando o secretário e o prefeito para esclarecimento. Queremos saber o motivo de estar suspendendo esse acesso da população a internamento e cirurgia. E ao mesmo tempo, temos notícias de ampliação de dias de Carnaval. Então é preciso esclarecer sim, pois o prefeito está priorizando festas e devendo na saúde”, disse a vereadora.

“Estamos pretendendo chamar o secretário de saúde aqui na Casa para que sabermos quais são os motivos que levam a essa interrupção da prestação de serviço de saúde através do Hospital São Rafael”, finalizou.

Ao ser questionado sobre o fechamento dos leitos, o líder do governo, vereador Aleleuia (DEM), declarou não estar por dentro do assunto e ressaltou: “Tem que estudar primeiro o que aconteceu, se foi um corte da secretaria ou se foi uma perda por certidões. Eu particularmente não analisei o caso concreto”.

Sobre a quantidade de dias de festa no Carnaval de Salvador, sendo esta atitude da Prefeitura criticada pela população em comparação com o declínio na saúde municipal, Aleluia sugere: “A gente não pode analisar dessa forma, como se cortasse uma coisa porque fez outra. Não se trata disso, o orçamento é um só”.

Um dos presidentes da Comissão de Saúde, Planejamento Familiar, Seguridade e Previdência Social, o vereador Duda Sanches (DEM), informou que a decisão partiu do hospital São Rafael, não da prefeitura. “O que chegou até mim é que isso já era uma vontade do Hospital São Rafael há alguns meses e a Prefeitura se preparou para essa saída. Acredito que dentro dos próximos dias o hospital já vai estar em funcionamento, isso não é uma situação que vai demorar de ser resolvida, e acredito que essa semana já teremos uma novidade boa da Secretaria Municipal. O que precisamos ressaltar é que isso partiu muito mais do Hospital São Rafael do que da Prefeitura. A Prefeitura tinha interesse na continuidade do serviço, mas, por motivos institucionais do hospital, esse contrato não pôde ser continuado.

Sobre o ‘buraco’ que deve ficar no hospital com os leitos sem funcionar, Duda Sanches diz ser por pouco tempo. “Essa falta [dos leitos] vai ser por apenas alguns dias. Como a nova empresa vai assumir, isso significa ‘trocar o pneu do carro em movimento’, como a gente costuma falar. Institucionalmente, o prejuízo para a cidade vai ser o menor possível. Infelizmente, a própria empresa não teve interesse, mas já têm outras interessadas em fazer esse contrato com a Prefeitura”, detalhou.

Por Marcele Correia, Felipe Freaza e Mara Silvany